Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, que falava no encerramento do terceiro Fórum Empresarial Angola/Portugal, os empresários dos dois países têm uma grande vantagem, sabem do que falam, pois, se conhecem e por isso, não prometem para daqui há anos.

O estadista considerou que cada minuto em Angola é essencial hoje, pelo que os empresários devem entender que existe uma corrida “contra relógio” e, nessa corrida, tem vantagem a cooperação e conjugação de esforços de quem já trabalha no terreno, já conhece, não vai ensaiar nem experimentar.

“Os nossos irmãos angolanos sabem que existe essa vantagem comparativa dos empresários portugueses, não estão a espera de saber como é que eles são, sabem como eles são, não estão a espera de descobrirem o que propõem, sabem o que propõem”, disse.

Considerou que existe uma vontade política, empresarial e popular que está por detrás deste momento, pelo que o mesmo pode ser considerado de “histórico” e deve ser aproveitado pelos homens de negócio dos dois Estados.

Mensagem aos cépticos
Marcelo Rebelo de Sousa disse que, de repente, aqueles que tinham prognosticado que angolanos e portugueses não haviam de se dar bem, tinham imaginado que haveria um compasso de espera, especularam sobre o que se teria de aguardar até o reencontro das vontades políticas, empresariais e dos povos, engaram-se.

Na sua óptica, essas pessoas subestimaram Angola e Portugal. “Angola é muito melhor do que tinham pensado, assim como Portugal também o é”, referiu.

“ Às vezes dou comigo a perguntar como é que eles não compreenderam, eles que eu encontrei aqui e ali, nalguns pontos do universo. Porquê que eles não compreenderam e encontrei uma resposta, para compreender era preciso amar, e isso não se aprende nos manuais. Não se aprende a conhecer Angola nos manuais, não se aprende a amar Angola nos manuais, assim como não se aprende a conhecer e amar Portugal nos manuais”, enfatizou.

Esse sentimento, frisou, nasce de uma longa convivência e história comum.

O Presidente de Portugal agradeceu o seu homólogo angolano, João Lourenço, por ter permitido esse dia histórico, com a sua vontade política, assim como os demais políticos nos dois países que trabalharam neste sentido.

A assinatura em pouco tempo de mais de três dezenas de acordos bilaterais de cooperação, não se vai ficar pelos documentos, mas haverá implementação prática, garantiu.

Esses acordos, que vão desde as finanças e economia, justiça, educação, agricultura, saúde, segurança social e demais, mostram a excelência que existe actualmente nas relações bilaterais, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Fórum Empresarial Angola/Portugal reuniu mais de três centenas de empresários na cidade de Benguela, numa organização da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (Aipex) com o intuito de dinamizar o ambiente de negócios entre os dois países.