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Autoridades angolanas admitem necessidade de formar os "professores voluntários"

Post by: 18 Julho, 2018

As autoridades angolanas assumiram hoje a existência no país de professores com um nível académico muito baixo, como a 5.ª classe, afirmando tratar-se de "professores voluntários que cobrem a carência de docentes" nalgumas regiões.

A situação é reconhecida pelo diretor do Instituto Nacional de Formação de Quadros do Ministério da Educação de Angola, Isaac Paxe, quando questionado pela Lusa sobre a existência na província angolana do Zaire de um elevado número de professores nesta condição.

"Em algumas realidades, devido às dificuldades em se manter professores vigilantes, nós temos constatado a existência do que se chamam de professores voluntários, que são aquelas pessoas contratadas, muitas vezes nem sequer pelo Governo local, mas são iniciativas locais, para fazer o atendimento daquelas crianças que precisam da escola", explicou.

Adiantou que estes professores "trabalham como os disponíveis" e "é nessa categoria", com pelo menos a 5.ª classe, "assume o papel de professor de um determinado período da escola".

"Nós formalmente os designamos como voluntários", acrescentou Isaac Paxe.

Falando hoje, em Luanda, no âmbito da cerimónia de apresentação do projeto de Capacitação para Professores Primários (CAPPRI), Issac Paxe esclareceu ainda que o Ministério da Educação determina que os professores do ensino geral controlados pelo sistema educativo devem ter como o mínimo a 9.ª classe.

Daí que, explicou, um programa de aceleração da formação será desenvolvido com o propósito de "munir os professores com baixo nível de escolaridade de ferramentas e habilidades" para os transformar em "professores auxiliares" dos docentes com ensino médio.

"Vamos fazer um programa de aceleração para que esses voluntários tenham a 9.ª classe e depois disso entrarem no quadro formal da categoria mínima exigida, que é transformá-los em professores auxiliares dos técnicos médios", sustentou.

A agência Lusa noticiou em junho que a capital da província angolana do Zaire, Mbanza Congo, apresenta um elevado número de professores com um nível académico muito baixo, da 5.ª classe, segundo concluiu o Relatório de Monitoria Social 2017.

O relatório, elaborado pelo Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), incidiu a sua abordagem nos municípios de Mbanza Congo, província do Zaire, Negage, província do Uíge, Cubal e Balombo, província de Benguela, e Cela e Cassongue, província do Cuanza Sul.

O município do Mbanza Congo, refere o documento, deveria "recrutar pessoal mais qualificado, por apresentar o maior número de professores com nível académico mais baixo, fixado em 23 profissionais".

A pesquisa recomenda ao governo provincial do Zaire que proceda à "atualização permanente dos conhecimentos dos professores com baixo nível académico".

Last modified on Segunda, 23 Julho 2018 16:29

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