O surto de malária que Angola registou, nos últimos meses, com quatro milhões de casos e acima de 5.000 óbitos, “está a declinar”, anunciou hoje o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
Angola registou, entre janeiro e maio de 2021, 3.799.458 casos de malária e 5.573 óbitos, representando um acréscimo de casos, mas uma redução de mortes face ao período homólogo, segundo a ministra da Saúde angolana.
Várias províncias angolanas estão a registar, nos últimos tempos, síndromes febris associadas a malária, dengue e chikungunya, que causaram só em maio 546 mortes, com Luanda a liderar a lista, anunciaram hoje as autoridades sanitárias.
O Presidente angolano autorizou a despesa e abertura do procedimento de contratação simplificada para construção, apetrechamento e fiscalização de hospitais nas províncias de Benguela, Malanje e Lunda Norte, no valor de 154 milhões de euros, foi anunciado.
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola mostrou-se hoje preocupado com o número elevado de casos de malária registados no país nos últimos meses, alertando que esta doença mata mais do que a covid-19.
Uma doença ainda por identificar já matou, em menos de 15 dias, pelo menos dez crianças, que apresentaram um quadro de febres altas, diarreia e vómitos, no município de Cacuaco, província de Luanda, denunciaram moradores da zona.
Profissionais de saúde pediram hoje a intervenção do Presidente angolano para “travar” a escassez de materiais descartáveis, medicamentos e de recursos humanos nas unidades sanitárias, sobretudo em Luanda, que registam enchentes e mortes nos bancos das urgências.
Quarenta e dois mil, novecentos e noventa e sete casos de malária foram registados de Janeiro/Abril de 2021, menos 10 mil e 255 casos em relação ao mesmo período de 2020 em que foram registados 53 mil e 252, apurou hoje, terça-feira, à Angop, junto da direcção municipal da saúde de Luanda.
Um surto de malária e dengue está a assolar a província angolana de Benguela, com o registo de diário de 2.000 casos, dos quais morre um paciente em cada 400 casos diagnosticados, informaram as autoridades sanitárias locais.
A Associação dos Doentes Angolanos em Portugal (ADAP) acusa o Governo de Luanda de empurrar os doentes em tratamento em Portugal para a situação de sem-abrigo ao retirar-lhes apoio ou obrigar ao seu regresso, que a maioria recusou.