A ministra das Finanças angolana reafirmou hoje que Angola não vai recorrer aos mercados externos de financiamento, devido aos custos e “tudo o que está a acontecer no panorama internacional”.
O economista Alberto Vunge disse hoje que houve uma “redução importante” de divisas no mercado em Angola com a ausência do Tesouro Nacional no primeiro semestre de 2023 e o cenário, “que prevalece”, contribui para a desvalorização do kwanza.
Mais de metade da dívida pública vem do exterior (cerca de 3,83 mil milhões USD), dos quais 93% são linhas de crédito, os restantes 7% devem ser emissões de eurobonds. Internamente, o Governo vai financiar-se, através de títulos de tesouro. Dívida pública continua com uma elevada exposição à variação cambial.
O governo de Angola prevê fechar este ano com um rácio da dívida pública face ao PIB de 61%, salientando a queda deste indicador, que em 2020 "esteve acima dos 130% e em 80% em 2021".
A Estratégia de Endividamento de Médio Prazo 2022-2024 de Angola considera dívida pública direta interna e externa as que são contraídas pelo Governo central e pelas empresas públicas Sonangol e TAAG, bem como as garantias soberanas emitidas.
O Presidente angolano aprovou a Estratégia de Endividamento de Médio Prazo 2022-2024, que tem como principal objetivo melhorar o perfil de custo e risco da dívida, incluindo alargamento de maturidades e uma nova abordagem no pagamento de valores atrasados.
A agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) antevê que a dívida pública de Angola desça para 64% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2025, depois de ter atingido o pico de 131% em 2020.
O Ministério das Finanças (MINFIN) procede, neste momento, à certificação de quatro (4) mil reclamações de dívidas provenientes de vários órgãos do Estado. De acordo com um documento da instituição, dos 1,6 biliões de kwanzas estimados no início de 2018, foram regularizados, até ao I semestre deste ano, o valor de 1,1 biliões de kwanzas.