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Angola reconhece "papel ímpar" de ex-Presidente José Eduardo dos Santos

Post by: 06 November, 2025
Angola reconhece "papel ímpar" de ex-Presidente José Eduardo dos Santos

O ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos foi hoje a primeira personalidade a ser condecorada com a medalha da classe de honra, em reconhecimento ao seu “papel ímpar” no alcance da paz e reconciliação nacional.

No seu discurso, o chefe de Estado angolano, João Lourenço, sublinhou que José Eduardo dos Santos, já falecido, teve um contributo histórico, “enquanto líder da nação angolana durante vários anos, mas, sobretudo, pelo seu papel ímpar no alcance da paz e na reconciliação nacional, que lhe valeu o título de campeão da paz e da reconciliação nacional”.

Condecorado a título póstumo, o antigo Presidente José Eduardo dos Santos foi representado por dois dos seus filhos, Danilo e Joseana dos Santos.

Também hoje foram condecorados, na classe independência, os três signatários dos acordos de Alvor, líderes dos três movimentos de libertação nacional da época, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), respetivamente, António Agostinho Neto, Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiro Savimbi.

João Lourenço frisou que este é um reconhecimento aos seus “determinantes contributos para a conquista da independência nacional”.

No dia 11 de novembro, dia e mês em que se proclamou a independência nacional de Angola, vai ser outorgada ao Presidente António Agostinho Neto, “o pai da nação”, a medalha de honra dos 50 anos da independência nacional.

Em declarações à imprensa, Carlitos Roberto, filho de Holden Roberto, manifestou satisfação pelo reconhecimento ao seu pai, que disse pecar apenas por tardio e denotar “discriminação”.

“Para nós, não deveria haver mais discriminação, os três deveriam ser colocados ao mesmo nível, mas sabemos que a história é teimosa e com o tempo as coisas vão evoluindo”, referiu Carlito Roberto, manifestando satisfação “porque foi reconhecido o contributo de Álvaro Holden Roberto”.

Já Durão Savimbi, filho do líder fundador da UNITA, considerou “um momento histórico” este reconhecimento, saudando a coragem política, o espírito patriótico e de reconciliação nacional do Presidente João Lourenço.

“Houve da sua parte coerência, porque em 2019 nos foram entregues os restos mortais do nosso pai e em 2024 foi legalizada a Fundação Jonas Savimbi, e hoje temos a medalha da independência que nos foi outorgada, é muito importante”, referiu Durão Savimbi, desvalorizando crítica de não ter sido condecorado na classe de honra, mas de independência.

“O mais importante para nós é que hoje foi condecorado e vamos desfrutar deste momento importante”, salientou.

Sobre a condecoração a António Agostinho Neto, o histórico e antigo secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo 'Dino Matrosse', manifestou-se satisfeito por ser lembrado com uma medalha que vai vivificar cada vez mais a sua memória.

Dino Matrosse sublinhou que a condecoração de todos os signatários dos Acordos de Alvor "tocou a todos", frisando que membros da UNITA com os quais conversou disseram "que gostaram o facto de terem incluído o seu líder".

"Acho que mereceu-se, ganha-se mais do que se perde", afirmou Julião Mateus Paulo 'Dino Matrosse'.

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