Diamantino Azevedo, que discursava na cerimónia de inauguração do Instituto Politécnico da Universidade Lueji A’Nkonde, pelo Presidente angolano, João Lourenço, referiu que “já começam a dar frutos” o regresso do parceiro sul-africano a Angola, com a descoberta de um corpo kimberlítico na concessão de Mukonda na Lunda Sul.

Segundo o ministro, este resultado obtido logo no primeiro furo de alvos de alta prioridade poderá representar o surgimento de uma nova província kimberlítica no país, “reforçando a importância estratégica desta parceria e confirmando o elevado potencial geológico de diamantes” em Angola.

A De Beers anunciou, na terça-feira, a descoberta de um novo campo kimberlítico, o primeiro em mais de três décadas, o que reforça a aposta do grupo por Angola, sublinhando que, nos próximos meses, novas perfurações, levantamentos geofísicos terrestres e análises laboratoriais, vão ser realizados para confirmar o tipo de kimberlítico, bem como avaliar o seu potencial diamantífero.

“Em julho de 2025, a joint venture De Beers-Endiama intercetou com sucesso kimberlito em sua primeira perfuração em um conjunto de alvos de alta prioridade, identificados a partir de levantamentos aéreos concluídos em março de 2025”, salienta a companhia diamantífera.

O CEO do De Beers Group, Al Cook, citado na nota considerou que Angola é, na sua opinião, “um dos melhores lugares do planeta para procurar diamantes”.

“É um poderoso lembrete do que pode ser alcançado através de parcerias, e felicito o Presidente Lourenço e o seu governo por todo o trabalho que têm feito para aumentar a transparência, adotar as melhores práticas internacionais e criar um ambiente favorável aos negócios, o que nos permitiu regressar a Angola e procurar novas fontes de fornecimento”, enfatizou.

Na sua intervenção, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás disse que a Lunda-Sul se consolidou como principal centro produtor de diamantes, contando com duas grandes minas de produção, a sociedade mineira de Catoca e a sociedade mineira de Luele, que empregam diretamente mais de 7.000 trabalhadores.

“Nos últimos dois anos, a produção média anual da província atingiu cerca de 10 milhões de quilates, o correspondente a quase 87% da produção nacional neste período”, disse Diamantino Azevedo.

O governanta angolano frisou que apesar das dificuldades que o setor diamantífero nacional tem atravessado nos últimos tempos, devido às sanções impostas ao anterior parceiro na Sociedade Mineira de Catoca, a russa Al Rosa, e devido ao surgimento dos diamantes sintéticos, que afetaram negativamente o preço, em 2024, pela primeira vez, a produção diamantífera nacional ultrapassou os nove milhões de quilates, atingindo a produção de mais de 14 milhões de quilates.

“Em 2023, a província voltou a destacar-se com a inauguração da Sociedade Mineira do Luele, esta mina com recursos diamantíferos avaliados em mais de 600 milhões de quilates, classificada como maior projeto do género lançado nos últimos anos a nível mundial, assinala um marco histórico para o setor diamantífero nacional”, salientou.

O titular da pasta dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás mencionou a necessidade de se promover o desenvolvimento do capital humano, acrescentando que o instituto politécnico hoje inaugurado “assume-se como um farol de conhecimento vocacionado para a formação técnica especializada” para capacitar os jovens.

O Instituto Politécnico da Universidade Lueji A’Nkonde, construído em 32 meses na cidade de Saurimo, capital da Lunda Sul, custou ao Estado 47,4 milhões de dólares (40,2 milhões de euros), prevendo beneficiar mais de 5.400 estudantes em três turnos.