A informação foi transmitida esta quarta-feira pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, na abertura da Conferência Internacional de Minas de Angola 2025 (AIMC, na sigla inglesa), que se iniciou esta quarta-feira em Luanda e decorre até quinta-feira sob o tema “Reforçar as Oportunidades de Investimento Mineiro a Nível Global em Angola”.
“Relativamente ao cobre, tenho a honra de anunciar a inauguração da Mina do Tetelo [na província do Uije], que ocorrerá dentro de poucos dias. Este acontecimento, que nos enche de orgulho, irá marcar a entrada em produção da primeira mina subterrânea deste metal muito importante, principalmente nesta fase de transição energética”, afirmou.
Pedro Azevedo realçou que o executivo angolano está apostado no alargamento da cadeia de valor de pedras preciosas e metais nobres, visando a produção de joias, o que marcará “o início da indústria de joalharia em Angola”.
Por outro lado, afirmou que as inúmeras ocorrências de quartzo de origem pegmática de alta qualidade química com teores de sílica acima dos 95% “levaram à sua exploração desregrada, em alguns casos, ilegal, descartando qualquer rigor técnico e ambiental”.
“[Angola] já não exporta quartzo em bruto, acrescentando valor à sua matéria-prima, produzindo silício metálico aqui no nosso país. Dentro dos próximos cinco anos queremos produzir policíclico, o que irá permitir o surgimento de uma indústria para equipamentos fotovoltaicos”, apontou.
Na sua intervenção, o ministro destacou as potencialidades minerais do país e sinalizou que a aprovação de um novo modelo de governação do setor mineiro, em 2020, “originou uma mudança paradigmática” nesta indústria.
“Este modelo, entre outros aspetos, apontou a redução da presença direta do Estado como agente económico”, disse, destacando a criação da Agência Nacional de Recursos Minerais, órgão público de regulação, fiscalização e promoção do Setor Mineiro de Angola.
No subsetor dos diamantes, não obstante os preços “estarem em baixa no mercado internacional”, observou, a produção de diamantes brutos atingiu pela primeira vez, em 2024, a marca dos 14 milhões de quilates ao ano, “com tendência positiva do aumento da produção”.
Diamantino Azevedo realçou que, “fruto de um trabalho aturado” de prospeção aero geofísica, a multinacional De Beers encontrou e selecionou no nordeste de Angola, mais precisamente na província da Lunda Norte, cerca de 20 alvos kimberlíticos “extremamente promissores”.
“Também a multinacional Rio Tinto está em trabalhos operacionais de desenvolvimento do kimberlito Chiri, um corpo bastante promissor em qualidade e quantidade de diamantes que esperamos venha a ser inaugurado dentro dos próximos dois anos”, frisou, reiterando ser prioridade do executivo angolano a transformação doméstica de uma parte dos minerais produzidos em Angola.
Angola conta, atualmente, com um total de nove fábricas de lapidação, estando a maior parte instaladas no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, e é objetivo continuar a criar condições para que uma percentagem mais expressiva de diamantes brutos seja lapidada no país, adiantou.
Azevedo assinalou ainda a importância dos agro-minerais para assegurar a alimentação da população, realçando que o setor que tutela tem estado a desenvolver um trabalho transversal com outros setores para garantir o seu fornecimento, estando uma fábrica de composto granulado de fosfatos a ser construída na província de Cabinda.