O histórico do partido lembrou que nunca houve no MPLA uma liderança a duas cabeças. “Desde o tempo de Agostinho Neto isso nunca foi assim”, disse o antigo consultor do ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos. “Se fosse já, seria melhor”, disse Santana André Pitra “Petroff”, que falava ontem ao Jornal de Angola.
O primeiro comandante-geral da Polícia Nacional depois da Independência do país e mais tarde ministro do Interior, que actualmente dirige a Comissão Nacional Interministerial de Desminagem e Assistência Humanitária, afirmou que “a bicefalia é prejudicial para o MPLA, porque os tempos mudaram”. Em relação à decisão saída da última reunião do Comité Central do MPLA de fazer um encontro, em Maio, para decidir a data do congresso extraordinário que vai escolher um novo líder do partido, “Petroff” disse que a maioria defende uma liderança única para o partido.
“Petroff” é general na reforma. Natural de Cabinda, é um dos quadros militares mais respeitados do país.
A saída de José Eduardo dos Santos, agora, do xadrez político não é oportuna porque vai destruir a expectativa que a sociedade está a construir sobre o processo democrático, defendeu o jurista Albano Pedro. Albano Pedro entende que o Chefe de Estado não deve mais ser o presidente do partido que governa. O docente universitário disse que a ideia de bicefalia “não passa de intenção de alguns grupos”.