Em comunicado a que a Lusa teve hoje acesso, aquela multinacional anuncia a descoberta de importantes quantidades de neodímio e óxido de praseodímio (conhecidos em conjunto como NdPr) durante a fase de prospeção naquele projeto mineiro, classificando os resultados como excelentes e que permitem à Rift Valley Resources preparar os próximos investimentos.
"O anúncio da estimativa de recursos minerais é um marco importante no desenvolvimento do projeto Longonjo, como um potencial produtor de baixo custo dos procurados metais magnéticos neodímio e óxido de praseodímio", disse Stephen Dobson, presidente da empresa australiana, que detém 70% daquela sociedade mineira.
Através da concessionária pública para o setor mineiro, a Ferrangol, o Estado angolano tem uma participação de 10% no denominado projeto Ozango - que envolve área global de 3.760 quilómetros quadrados -, com a Rift Valley Resources a dar conta que vai anunciar em novembro novos resultados da fase de prospeção, que prevê a potencialidade de explorar igualmente de cobre.
Impulsionado pela utilização na construção dos carros elétricos, o composto NdPr é transacionado no mercado internacional à volta de 50 dólares por quilograma, um aumento superior a 25% no espaço de um ano, face ao novo nicho de negócio do mercado automóvel.
O NdPr é utilizado hoje em dia como íman permanente em motores de viaturas elétricas de várias marcas.
A Lusa noticiou em maio de 2015 a aprovação, pelo Governo angolano, deste investimento privado para a prospeção de metais raros e preciosos nas províncias do Huambo e do Bié, no centro do país, que se poderá prolongar por sete anos.
A informação constava de um despacho assinado pelo então ministro das Geologia e Minas de Angola, Francisco Queiroz, autorizando o contrato de investimento celebrado pela concessionária nacional para o setor mineiro, Ferrangol, e os investidores privados da Ozango Minerais, sociedade participada pelo grupo australiano.
A atividade de prospeção está a ser desenvolvida numa superfície aproximada de 3.670 quilómetros quadrados, entre os municípios da Caála, Longonjo, Katabola e Ukama, nas províncias do Huambo e do Bié.
Uma vez concluída a fase de prospeção e avaliação, que decorrerá num período de entre cinco a sete anos (até 2020), seguir-se-á, caso haja interesse do grupo privado e autorização do Estado, a fase de exploração, cujos direitos mineiros poderão permitir a atividade até 35 anos, estabelece o mesmo despacho.