O último balanço provisório da Polícia angolana aponta para 30 mortos e 277 feridos na sequência dos tumultos registados, nos últimos três dias em várias províncias angolanas, devido a uma paralisação dos serviços de táxis.
Tanto a população como os próprios taxistas lamentam os episódios de violência que ocorreram durante os protestos, que começaram na passada terça-feira, e temem mais dificuldades no futuro.
O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU reclamou hoje às autoridades angolanas "investigações rápidas, exaustivas e independentes sobre as mortes de pelo menos 22 pessoas, bem como sobre as violações dos direitos humanos associadas" durante os protestos em Luanda.
O Comandante-Geral da Polícia Nacional angolana, Francisco da Silva, confirmou hoje que a mulher que fugia com o filho durante os tumultos em Luanda foi morta pelas autoridades, alegando que foi necessário garantir a integridade física dos agentes.
A Ordem dos Advogados de Angola apelou esta quarta-feira à mobilização destes profissionais para, face ao "elevado número de cidadãos detidos nos últimos dias", integrarem as equipas que estão a ser formadas para garantirem um julgamento legal.
No terceiro dia de greve dos taxistas, marcada por tumultos e pilhagens, o medo sente-se ainda em Luanda, que ensaia um regresso à normalidade apesar de muitas lojas permanecerem fechadas ou vandalizadas, sinal claro da violência dos últimos dias.
O ministro do Interior, Manuel Homem, garantiu esta quarta-feira, em Luanda, que a segurança pública no país não sofrerá alterações que inviabilizem a vida social das pessoas.
O Tribunal da Comarca de Luanda iniciou, esta quarta-feira, o julgamento dos cidadãos supostamente implicados nos actos de vandalismo que se verificam na capital angolana, na sequência da greve dos taxistas.
O ativista Luaty Beirão disse hoje que a “má governação e prepotência” das autoridades angolanas originaram os tumultos registados em Luanda, considerando que o Governo conduziu o país para um estado de insustentabilidade e "ignorou o desgaste popular".
O investigador Fernando Jorge Cardoso defende que “o aparelho repressivo angolano é suficientemente sólido para conter as manifestações” em Luanda e que o principal desafio para João Lourenço são as eleições de 2026.