A Amnistia Internacional apelou hoje às autoridades angolanas que abram uma investigação "independente, completa e imparcial" sobre os assassinatos e ferimentos durante a greve de taxistas de três dias em Luanda, Huambo, Benguela e Huíla.
O vice-presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), Rodrigo Luciano Catimba, foi detido na quinta-feira, em Benguela, por suposta incitação à violência, apologia pública de crime, rebelião e terrorismo.
Angola passa a pagar, a partir do dia 7 deste mês, uma taxa de 15% pela exportação dos seus produtos para os Estados Unidos de América (EUA), contra a tarifa inicial de 32%, no quadro da nova estratégia comercial adoptada pela administração do Presidente norte-americano, Donald Trump.
O presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) demarcou-se hoje da greve que decorreu entre segunda e quarta-feira, responsabilizando "pessoas estranhas" pela paralisação, que havia desconvocado, e contestou a detenção do seu vice-presidente.
O Presidente da República angolano afirmou hoje que "quem quer que seja que tenha orquestrado e conduzido" os tumultos registados esta semana em Angola "saiu derrotado".
A Amnistia Internacional denunciou hoje a detenção arbitrária e o desaparecimento forçado do ativista "General Nila", ferido a tiro durante os protestos em Luanda e visto pela última vez sob custódia policial, a 28 de julho.
O coletivo angolano Ondjango Feminista responsabilizou hoje o Estado pela morte da mulher baleada pela polícia quando fugia com o filho durante os tumultos ocorridos em Luanda, classificando o caso como uma "violação grave dos direitos humanos".
O movimento cívico angolano Mudei reiterou a intenção de realizar sábado uma marcha em Cabinda contra o fim da subvenção dos transportes aéreos e a subida a 100% do preço dos transportes marítimos, apesar dos avisos do Governo.
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, lamentou hoje (sexta-feira) a perda de vidas humanas durante os actos de violência, vandalismo e pilhagem ocorridos, no país, na sequência da greve dos taxistas.
O último balanço provisório da Polícia angolana aponta para 30 mortos e 277 feridos na sequência dos tumultos registados, nos últimos três dias em várias províncias angolanas, devido a uma paralisação dos serviços de táxis.