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The Day After: É bom vencer as eleições e depois?

16 Mai, 2017
The Day After: É bom vencer as eleições e depois?

As próximas eleições em Angola constituem uma boa notícia para qualquer ser humano amante da paz e são fundamentais para o futuro. Todo o angolano animado da boa vontade e de patriotismo deve desejar o sucesso deste evento, visando consolidar a estabilidade do país. Cabe ao governo angolano, com a ajuda da comunidade internacional a responsabilidade para levar todos os ingredientes para que o sucesso seja atingido.

P. Mingiedi | Politólogo - Genebra, Suíça 

O diálogo permanente deveria ser o único meio de superar as divergências que possam surgir durante este período de preparação. 

Desde o fim da guerra em 2002, Angola está a tentar arranjar um caminho para a democracia. O escrutínio de 23 de agosto de 2017 é um passo importante neste processo, rumo à democracia, ao qual dará uma orientação sobre a direção em que o país deverá seguir. A guerra tinha sido um obstáculo durante muitos anos para qualquer progresso.

Uma nova página da sua história abrirá com otimismo. Chegou o tempo de tomar consciência dessa nova situação. A mudança de mentalidades e comportamentos políticos farão parte desta.

Embora seja verdade que o debate contribui para a vitalidade da democracia, é importante que a confrontação política não impeça a realização de um ideal comum, o desenvolvimento económico e social do país.

Numa competição, há sempre um perdedor e um vencedor.

No caso de Angola, seria mais judicioso ultrapassar esta concepção, especialmente a meio prazo. Para um país que sofreu a guerra e que está em fase de reconstrução, a participação de todos nesta tarefa é altamente recomendada.

Independentemente de quem seja o vencedor, o objetivo é que as eleições sejam um sucesso e que ofereçam a oportunidade de governar de uma outra forma um país apaziguado. A competência e a experiência serão os parâmetros a ter em contar de uma forma transparente depois das eleições.

Trata-se de uma estratégia vencedora...

Internamente, a busca constante de compromissos sobre a maior parte dos projetos é necessária no quadro de uma consulta de todas as forças vivas da Nação. O país é tão grande que requer uma introdução da democracia à todos os níveis. Estando em uma fase experimental da democracia, favorecer uma opção em detrimento de outra seria um erro a evitar.

A batalha do próximo PR vai se concentrar na boa governação, enfatizando a transparência na gestão dos assuntos públicos. Diante da queda do preço do petróleo, têm de encontrar outras soluções no que diz respeito aos recursos do Estado.

Para além da diversificação da economia, os impostos devem ser alargados, assim como os setores até agora afastados, que é o caso da economia informal. A reorganização substancial do sistema fiscal seria benéfica para o país.

No exterior, a radiação do país será baseada numa diplomacia pragmática e eficaz. A avaliação regular da política externa dentro do contexto internacional poderia ajudar para obter mais benefício. A melhor estratégia, seria de se conformar cada vez mais ao direito internacional, para tornar as intervenções diplomáticas do país sempre credíveis durante as reuniões Internacionais.

Sendo membro à tempo inteiro da Organização das Nações Unidas, Angola tem direito de desempenhar um papel neste mundo em constante mudança. Tendo a estabilidade política interna, só assim um país poderá se sentir confortável nas suas relações internacionais.bNão seria a democracia um motor de desenvolvimento? Esta interrogação deveria assombrar as mentes dos futuros líderes chamados à trabalhar para o bem de um povo que sofreu durante décadas de guerra.

Last modified on Sábado, 20 Mai 2017 13:00
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