Abel Chivukuvuku, promotor do projeto político PRA-JA Servir Angola, falava à Lusa sobre os 20 anos de paz que o país vai comemorar na próxima segunda-feira, na sequência do calar das armas, após a morte em combate do líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Savimbi, em 22 de fevereiro de 2002.
“Felizmente o fim do conflito armado é uma das grandes conquistas do povo angolano, no entanto, precisamos todos de acarinhar este fim do conflito armado, que chamamos de paz, precisamos todos de construir o dia-a-dia”, disse Abel Chivukuvuku, que foi presidente na fundação da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), em 2012, tornando-se na segunda maior força da oposição angolana.
Segundo Abel Chivukuvuku, depois do fim da guerra, que opôs durante décadas o Governo angolano e a UNITA, partido do qual foi membro por mais de 30 anos e ocupou cargos de direção, é preciso “conquistar a paz holística”.
“A paz holística significa que a paz tem representar a ausência de fatores de risco extremo na vida das pessoas, porque quem passa fome não tem paz, quem está muito doente e não consegue ser tratado não tem paz”, referiu.
O político que, em 1992, chegou a ser ferido durante o conflito armado em Luanda, capital de Angola, entre as forças governamentais e a UNITA, defendeu ainda que conquistar a paz holística é importante para, de facto, não existir apenas “o calar das armas, mas melhorar quotidianamente a qualidade de vida dos cidadãos”.
O Governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a UNITA assinaram em 04 de março de 2002 um acordo de paz que pôs fim a 27 anos de guerra.