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Antigos colaboradores de Robert Mugabe começam a ser detidos por corrupção

Post by: 26 Novembro, 2017

O ex-ministro da Economia do Zimbábue Ignatius Chombo, que estava entre os detidos pelos militares quando o exército tomou o poder antes da renúncia de Robert Mugabe, foi acusado no sábado de corrupção, em infrações que teriam acontecido mais de uma década atrás.

Esta foi a primeira aparição pública de Chombo desde que foi detido quase duas semanas atrás após o exército ter lançado a "Operação Restaurar Legado", que disse que tinha como objetivo remover os "criminosos" ao redor do presidente deposto Mugabe.

O tribunal decidiu que Chombo deve ser detido até segunda-feira, quando seu pedido de fiança será ouvido.

Vários membros de um grupo aliado a Mugabe e sua esposa, Grace, foram detidos e expulsos do partido governista, incluindo Chombo, o chefe deposto da influente liga jovem do ZANU-PF, Kudzanai Chipanga, e o líder deposto da ala jovem do partido, Innocent Hamandishe.

Alguns apoiadores do novo presidente, Emmerson Mnangagwa, tem pedido por ações não especificadas com o chamado grupo G40, que apoiava Mugabe e sua esposa. Chombo, Chipanga e Hamandishe eram aliados do G40.

Antes de sua posse, Mnangagwa pediu na quinta-feira que os cidadãos não pratiquem nenhuma forma de "retribuição vingativa".

Chombo foi acusado por tentar fraudar o banco central do Zimbábue, entre outras infrações que teriam sido cometidas em 2004, disse o procurador do Estado.

Chombo era ministro na época.

A Justiça do Zimbabwe considerou legal a intervenção das Forças Armadas que levou à renúncia na terça-feira do Presidente Robert Mugabe, uma decisão que lança dúvidas sobre a nova democracia. Um tribunal de Harare, accionado por dois cidadãos, justificou a intervenção militar ao estimar que seu objectivo era impedir as pessoas não eleitas de ocupar funções elegíveis.

“As acções das Forças de Defesa zimbabueanas destinadas a impedir que pessoas próximas ao ex-Presidente Robert Mugabe usurpassem o poder foram constitucionais”, reza o texto divulgado pela televisão nacional ZBC.

Apesar de não citá-los, a decisão alude à ex-primeira-dama do país, Grace Mugabe, e seu entorno, que originaram a crise que levou à queda de Mugabe.

Os militares assumiram o controlo do país na noite de 14 a 15 de Novembro para se opor à demissão do então Vice-Presidente Emmerson Mnangagwa, que barrava o caminho da primeira-dama Grace Mugabe para a sucessão de seu marido.

Um porta-voz dos generais negou qualquer tentativa de golpe contra o governo, afirmando que a sua operação destinava-se a eliminar “criminosos” da comitiva do Chefe de Estado, neste caso, a sua esposa Grace e seus apoiantes.

Posto sob prisão domiciliar, Robert Mugabe resistiu durante vários dias à pressão do Exército, de seu partido e das ruas, antes de apresentar a sua renúncia na terça-feira, sob a ameaça de um processo de impeachment pelo Parlamento.

Após um breve exílio sul-africano, Emmerson Mnangagwa prestou juramento ao país como o novo Presidente da República. Em seu discurso de posse, prometeu restaurar a estabilidade.

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