Uma contraproposta do grupo parlamentar da UNITA, maior partido da oposição angolana, para incluir no seu projeto de lei sobre manifestações e reuniões deveres para os agentes de segurança fez parar as discussões no parlamento.
Angola lamenta a posição de algumas organizações internacionais que procuram pintar um “quadro negro” sobre violações dos direitos humanos no país. Ainda assim, Luanda considera as denúncias bem-vindas desde que sejam usadas as vias adequadas.
Amnistia Internacional vai lançar uma petição para o "fim ao uso da força excessiva, desproporcionada e letal" pelas forças de segurança angolanas, no exercício da liberdade de expressão e de reunião, disse este domingo fonte da organização não-governamental.
Deputados angolanos aprovaram hoje, na especialidade e por unanimidade, o preâmbulo e primeiro artigo do projeto de lei sobre Liberdade de Reunião e de Manifestação, iniciativa da UNITA (oposição), que propõe o "fim da autorização" deste exercício.
O sociólogo angolano Paulo Inglês defendeu hoje que as manifestações em Angola devem continuar para que as pessoas aprendam a manifestar-se e a polícia a lidar com os protestos, “porque não há outro caminho”, questionando dados apresentados pelo MPLA.
Um especialista angolano em assuntos eleitorais criticou hoje a “narrativa do MPLA”, no poder, de que as manifestações públicas dos cidadãos sejam uma “agenda oculta” da UNITA (oposição), considerando que as autoridades administrativas transformaram a polícia numa “instituição anti-manifestação”.
O ministro do Interior angolano condenou hoje o “aumento significativo” de publicações nas redes sociais que “incentivam e estimulam” o discurso de ódio contra as forças de defesa e segurança e de afrontas e agressões contra as autoridades.
O grupo parlamentar do MPLA, partido maioritário em Angola, alertou hoje que manifestar não significa “desobediência civil”, enquanto a UNITA, maior partido da oposição, aconselhou uma reflexão sobre o motivo do aumento da violência contra o partido no poder.
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, esclareceu, quarta-feira, em Luanda, que a manifestação é um direito do cidadão, previsto na Constituição da República de Angola, e que o cidadão deve fazer uso desse privilégio de forma cívica, ordeira e sem causar algum caos social.
A presidente da Assembleia Nacional angolana apelou hoje aos deputados para não se associarem a ações ou manifestações que “violem leis” ou que adotem “comportamentos violadores da paz social”.