carta rogatória entregue por Portugal a um funcionário da PGR Angolana, que se deslocou de propósito este mês ao nosso país, tinha mais de 20 volumes. Às mais de sete mil páginas do relatório juntaram-se outros tantos apensos com informação bancária e de outra natureza.
Naquela informação encontram-se discriminados, entre outros elementos, dezenas de negócios realizados pela petrolífera Sonangol com centenas de empresas, durante o tempo em que Isabel dos Santos liderou a companhia (junho de 2016 a novembro de 2017). O rasto do dinheiro está todo documentado, bem como os titulares das contas bancárias que foram utilizadas. Mais, a informação que foi recolhida contém ainda elementos de outras jurisdições estrangeiras onde são nomeados cidadãos angolanos.
Esta terça-feira, o procurador-geral de Angola, Hélder Pitta Grós, negou ter recebido qualquer informação de Portugal sobre as fortunas angolanas, mas admitiu que a PGR angolana "tem tido cooperação e colaboração pontual com as autoridades portuguesas em processos específicos". Em reação à notícia publicada pelo CM sobre a entrega da lista das fortunas angolanas, Susana Coroado, presidente da Transparência e Integridade - Portugal afirmou: "É um sinal encorajador que indica existir vontade dos dois países em cooperar no domínio da Justiça." CM