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Angola vai começar a produzir vacinas para animais no próximo ano

Post by: 03 Julho, 2025
Angola vai começar a produzir vacinas para animais no próximo ano

Angola vai começar a produzir vacinas para animais no próximo ano, com possibilidade de exportação para outros mercados africanos e internacionais, foi hoje anunciado durante uma visita ao Centro de Bioveterinária e Produção de Vacinas.

A obra, atualmente em construção na província do Huambo, conta com um investimento de 125 milhões de euros e está a cargo do consórcio luso-angolano e alemão Noráfrica-Gauff, devendo começar a operar no primeiro semestre de 2026, adiantou Miguel Costa, engenheiro responsável do projeto.

O centro, que se encontra com 71% de execução física, foi apresentado hoje a uma comitiva de embaixadores da União Europeia e dos Estados-membros acreditados em Angola, no final de uma visita de três dias às províncias do Huambo e Bié, duas das cinco atravessadas pelo Corredor do Lobito.

A missão europeia teve como objetivo observar o impacto de projetos apoiados pela UE no terreno.

A futura fábrica terá capacidade para produzir mais de 30 milhões de vacinas para mamíferos por ano, mais de 150 milhões de vacinas para aves e mais de 9 milhões de reagentes de antígenos para diagnóstico laboratorial.

“Estamos em fase de conclusão da construção e instalação de equipamentos. Até ao final do ano e início do próximo estará concluída esta parte. Depois iniciaremos a fase de validação dos equipamentos. Vai ter a certificação GMP e pode ser exportado para qualquer ponto do mundo”, explicou Miguel Costa. Segundo o responsável, o projeto vai servir não apenas o mercado angolano, mas também os países vizinhos.

“Será importante para a saúde animal e da região e também para dar suporte aos países em redor. Os animais têm os mesmos tipos de patologias e esta fábrica de vacinas irá atender a essa necessidade”, destacou. A embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais, sublinhou a importância estratégica do projeto.

“Esta é a primeira fábrica de vacinas em Angola e a segunda em África a produzir vacinas para animais”, referiu, apontando o potencial em termos de exportação e empregabilidade.

A diplomata destacou ainda o apoio europeu à formação especializada na área da saúde animal. “Estamos a apoiar a formação em veterinária e em biotecnologia na Universidade José Eduardo dos Santos com o nosso projeto Uni.Ao.

É também um tipo de investimento e de infraestrutura que faz parte do nosso projeto Global Gateway, em termos de infraestrutura de saúde”, disse. Rosário Bento Pais admitiu ainda que, no futuro, a União Europeia poderá apoiar a produção nacional de vacinas humanas, se esse for o interesse do Governo angolano.

“O Global Gateway já está em cinco países em África com laboratórios e produção de medicamentos.

Já estamos em contactos preliminares para ver se Angola se poderá juntar. Aqui já temos um bom exemplo no que diz respeito à saúde animal, mas também estamos em contactos para analisar a produção de vacinas humanas”, indicou.

“Há potencial, sem dúvida”, salientou. Num balanço sobre os três dias de visita dos embaixadores europeus a projetos financiados pela UE e enquadrados no Corredor do Lobito, Rosário Bento Pais mostrou-se satisfeita com a dinâmica dos investimentos, sublinhando que “não se trata apenas do desenvolvimento económico, mas também social e ambiental”.

O centro de produção conta com cinco edifícios, incluindo zonas de produção com 5.000 metros quadrados, laboratórios, áreas de armazenamento, controlo de qualidade, investigação e desenvolvimento, bem como residências para trabalhadores e investigadores.

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