Joaquim Sebastião apresentou, voluntariamente, uma relação de cerca de 30 imóveis, em Angola, Portugal e Brasil e uma dúzia de veículos. As autoridades acordaram que Joaquim Sebastião ficasse apenas com duas viaturas e uma vivenda para a família, mas que não fosse nem a localizada na zona do Kikuxi, nem a de Talatona, nas imediações da Clínica Sagrada Esperança, cada uma avaliada em cerca de 10 milhões de dólares.
A PGR tinha dado o prazo de 72 horas, que terminaram ontem, para desocupar a vivenda e para que a família se transferisse para outra em qualquer ponto da cidade de Luanda, acabando a escolha por recair sobre a casa do Miramar.
Uma fonte do Jornal de Angola avançou que a investigação em curso no Instituto de Estradas de Angola aponta para prejuízos acima de mil milhões de dólares e que a apreensão de bens tem como objectivo evitar a dissipação do património ou que se possa vender ou simular negócios.
Entretanto, a Assessoria de Imprensa de Joaquim Sebastião afirmou, em comunicado, que o seu cliente sempre cooperou e colaborou com os órgãos de Justiça e afirma que em momento algum insurgiu-se contra o mandato de apreensão.
“O facto de não concordar e manifestá-lo, em sede própria, não pode ser en-tendido como recusa ou desobediência a uma decisão da PGR”, indica a assessoria, reagindo à informação de que o antigo director-geral do INEA se recusou a entregar a vivenda de luxo localizada no Talatona e um complexo na zona do Kikuxi.
Joaquim Sebastião deve também devolver os outros bens imóveis e veículos que possui em Angola, com excepção de duas viaturas. Quanto aos activos alegadamente ilícitos que o antigo director do INEA possui no exterior, as autoridades angolanas estão em contacto com as congéneres dos países onde estão localizados, a fim de os reaver. Dos imóveis a apreender, estão vivendas no Mussulo, Talatona, Maculusso, Miramar e nos condomínios Mirantes do Talatona, Vila Mar (dois imóveis) e Riviera Atlântico, além de quatro apartamentos na Maianga.
Segundo o mandado de apreensão do Serviço Na-cional de Recuperação de Activos da PGR, os bens vão ficar à guarda do Instituto de Gestão dos Activos e Participações do Estado, até à conclusão do processo-crime e a decisão final do tribunal.