Ao intervir numa conferência de imprensa, o gestor explicou que a apreciação resulta das medidas adoptadas após a liberalização da taxa de câmbio.
Entre essas medidas destaca-se o aumento da oferta de divisas (moeda estrangeira convertível) no mercado e o controlo do kwanza em circulação na economia.
No dia da liberalização da taxa de câmbio, cada dólar era transaccionado a 497 kwanzas (câmbio do BNA), mas hoje (dia 14) está a 457,83 por cada dólar.
Isso representa uma apreciação de quase 9 por cento.
Manuel Tiago Dias mostrou-se optimista quanto à normalidade das actividades dos agentes económicos que terão, no seu entender, repercussões positivas sobre a economia.
As medidas, adiantou, prevêem, consequentemente, benefícios para os consumidores, depois dos ajustamentos necessários.
O responsável acrescentou que a economia e o mercado cambial estavam totalmente "desequilibrados", tendo lembrado que se registou em 2018 várias operações pendentes em termos de regularização junto da banca comercial, que nesta fase, paulatinamente, começa a registar alterações.
A intenção do Banco Central é fazer com que as oscilações que a taxa de câmbio registar no futuro não sejam assim tão acentuadas, mas que se situem em patamares que permitam aos agentes económicos poderem prever o futuro com mais cautela.
A taxa de câmbio ditada pelo BNA, é determinada pela lei da procura e oferta.
A regularização das operações passadas, a transparência introduzida no mercado cambial, que passou pela comunicação pública dos montantes que o BNA se predisponha a colocar na economia e a realização periódica de leilões, são entre outras medidas que estão a contribuir para o equilíbrio do mercado cambial e da economia, de acordo com Manuel Tiago Dias.
O vice-governador do BNA também falou, além da política cambial, sobre e o relatório do índice de preços no consumidor nacional, referente aos meses de Agosto a Setembro de 2019, que teve um aumento de 1,45% e uma variação homóloga acumulada dos últimos 12 meses de 16%.
Em relação a alteração dos preços, referiu que depois das “ fortes perturbações” registadas a nível do mercado cambial, fez com as diversas opiniões convergissem na previsão do aumento de preços na economia.
Passada a fase, não obstante ter havido um aumento de preços, considera o mesmo ser bastante limitado, uma observação que deixa o Banco Central optimista em relação aquilo pode vir a ser até final de 2019.
"Podemos aqui dizer que os preços subiram, mas de maneira branda do que aquilo que os observadores económicos esperavam", disse.
O Índice de Preços no Consumidor Nacional registou uma variação de 1,45%, durante o período de Agosto a Setembro de 2019.
Registaram maior aumento as províncias do Cuanza Norte com 1,69%, Lunda Sul 1,63%, Huíla com 1,60, Uíge com 1,56%, Luanda com 1,55% e Cuanza Sul com 1,45%.
As províncias com menor variação foram as do Bengo com 1,27%, Huambo, com 1,22%, Lunda Norte com 1,20%, Cuando Cubango com 1,19%, Namibe com 1,15% e Cunene com 1,06%.
A classe “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços, com 0,72 pontos percentuais durante o mês de Setembro, seguida das classes“Bens e Serviços Diversos”com 0,13 pontos percentuais, “Vestuário e Calçado” com 0,12 pontos percentuais e “Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis” com 0,11 pontos percentuais.
As restantes classes tiveram taxas inferiores a 0,11 pontos percentuais.