O director operacional da empresa, Edmundo Ferreira, já alertou que uma eventual paralisação da Fábrica de Cimento do Kwanza Sul (FCKS), a partir de um de Novembro próximo, pode pôr no desemprego 123 trabalhadores.
Nos principais mercados da cidade do Sumbe, província do Cuanza-Sul, o cimento está a ser comercializado a dois mil, contra os mil e 500 kwanzas do mês de Agosto.
Vendedores contactados adiantaram que a subida do preço se deve à redução da capacidade operacional da Fábrica de Cimento do Kwanza Sul, decorrente da falta de combustível fuel para produção de clínquer.
Para o vendedor Domingos João, a subida do preço do cimento deve-se à pouca oferta da fábrica local, situação que está a obrigar muitos revendedores a fazerem recurso a Luanda e Benguela, mas com elevados custos.
Antes, o cimento era adquirido localmente, sem muito constrangimento, devido à grande oferta, mas hoje já não é possível.
“Maior parte dos revendedores do cimento “Yetu” no Cuanza-Sul está a fechar os seus armazéns, devido à pouca oferta da fábrica”, disse. Por sua vez, o revendedor Fernando Guilherme disse que muitos agentes paralisaram as suas vendas, visto que adquiriam o produto localmente na FCKS, que se encontra paralisada parcialmente desde Julho.
O vendedor espera que tão logo se inicie a produção localmente, o preço baixe, tendo em conta que o custo de transportação será baixo.
Fernando Guilherme disse que muitos agentes revendedores que pretendem adquirir cimento já não conseguem, porque o existente na fábrica já está comprado. “É necessário que as entidades de direito velem por esta situação, visto que está a provocar transtornos a muitas famílias que estão a construir suas residências”, frisou.
Cuanza-Norte
Situação similar está a ser vivida na vizinha província do Cuanza-Norte, onde o saco está a ser comercializado a 2.500 kwanzas e muitos dos revendedores já encerraram as portas devido à escassez de cimento.
Uma outra revendedora, que preferiu o anonimato, disse que a falta de cimento em Ndalatando, no Cuanza-Norte, é resultado da escassez do produto a partir dos agentes fornecedores em Luanda e as pequenas quantidades que conseguem esgotam em fracção de segundos.
Alguns cidadãos ouvidos pela Angop disseram que, devido à alta do preço do principal material de construção civil, tiveram de paralisar as obras de construção da casa própria.
O funcionário público António Muhongo Luís disse que, devio à alta do preço do cimento, a construção da sua residência paralisou há mais de um mês.
A subida do preço do cimento no mercado induziu igualmente o preço de outros materiais de construção, com destaque para o bloco, que antes custava 100 kwanzas e agora 180.
“É preciso rever esta situação de fornecimento de combustível à fábrica, porque o país necessita de indústrias que pagam imposto para o fortalecimento da economia nacional e não deixar paralisar uma fábrica”, concluiu.
A Angop apurou que uma das razões da paralisação da produção de cimento no Cuanza-Sul tem a ver com os elevados custos de combustível, visto que o forno para a produção de clínquer utiliza o combustível LFO – fight fuel oil.
A fábrica de cimento da província do Cuanza-Sul iniciou a sua produção em 2014, com uma produção diária de 4.200 toneladas.
Fábrica regista falta de combustível para produção de clínquer
Edmundo Ferreira, da Fábrica de Cimento do Kwanza Sul, disse que a empresa dispõe de todos os equipamentos operacionais, mas a falta de combustível fight fuel oil (LFO) para produção de clinquer, matéria-prima fundamental para a produção do cimento, vai forçar a paralisação da fábrica a partir de um de Novembro.
A empresa está a funcionar actualmente com 140 trabalhadores, mas, caso a paralisação se efective definitivamente, apenas 17 podem trabalhar para manter algumas máquinas em funcionamento.
“Esperamos que as estruturas de direito velem por esta situação, visto que vai afectar muitas famílias, que têm a fabrica como ganha-pão da família”, frisou o director. O responsável disse que a empresa fornecedora do combustível aumentou o preço do produto, situação que provocou um grande constrangimento à fábrica. Antes, o litro de fuel era adquirido a 25 kwanzas, mas agora passou a ser comercializado a 90. Em função do aumento do preço, a unidade fabril, que consome diariamente 400 mil litros de fuel, viu-se obrigada a baixar a produção de 4.800 toneladas para 750 de cimento por dia.
Para Edmundo Ferreira, o Conselho de Administração da FCKS já está a tratar a situação com a empresa fornecedora do combustível, para que a fábrica volte a produzir cimento a 100 por cento. Actualmente, o preço do saco de cimento de marca Yetu, de resistência 42,5 custa mil e 600 kwanzas, na fabrica, enquanto o de 32,5 custa mil 580, contra os anteriores 1.200 e 700 respectivamente.
A fábrica, com capacidade de produção de 4.200 toneladas por dia, possui unidades para o fabrico do clínquer. (JÁ)