A informação foi transmitida hoje à Lusa, em Luanda, pelo coordenador da comissão de gestão da empresa pública de telecomunicações angolana, Eduardo Sebastião, no âmbito do 26.º aniversário da operadora pública, que hoje se assinala, com a redução de custos e o aumento da faturação e cobranças "entre os grandes objetivos".
"Porque estamos a fechar agora o balanço do último trimestre, os nossos dados provisórios apontam para faturação à volta dos 14 bilhões de kwanzas [14 mil milhões de kwanzas] e pensamos mesmo em aumentar e duplicar este valor em função do trabalho que temos vindo a realizar", disse.
Associado à redução de custos e aumento da faturação e cobranças neste ano, Eduardo Sebastião apontou também a melhoria no atendimento como outros dos objetivos da sua gestão.
"Trabalhar na mentalidade dos nossos colaboradores para que a gente melhore o atendimento aos clientes. O que preocupa é essencialmente a formação dos nossos colaboradores do ponto de vista técnico e tratamento para com os clientes", apontou.
Angola Telecom é uma empresa pública de Telecomunicações de Angola, prestadora de serviços de voz e dados, fundada a 06 de março de 1992.
Apesar de ter já uma licença global para exploração, também, de serviços da telefonia móvel, o coordenador da comissão de gestão da operadora estatal sublinhou que a questão da telefonia móvel não é prioridade da atual administração.
"A nossa prioridade imediata é a recuperação da empresa e transforma-la em autossustentável e daí sim podemos concretizar os serviços da telefonia móvel", sustentou.
A Lusa noticiou a 01 de março que a Angola Telecom quer resgatar cerca de 150.000 clientes, que nos últimos sete anos deixaram de usar a rede fixa, contando a empresa atualmente com apenas 50.000 clientes ativos.
O coordenador da comissão de gestão da operadora estatal assume que a redução de clientes afetou o desempenho e a rentabilidade da empresa, apontando os "atos de vandalismo" de que a rede da empresa foi alvo como um dos grandes motivos da "fuga de clientes".
"Isso fez com que a empresa tivesse perdido a capacidade de intervenção diante dos clientes e assim foi como consequência a perda de grande parte dos clientes e a par disso sabemos que a empresa não estava preparada para o ambiente de concorrência", sublinhou.
E então, acrescentou, "alguma má atuação de alguns colaboradores também fizeram perder alguns clientes, daí que precisamos recuperar a rede e também a vertente comportamental, ou seja, aproveitar o nosso ativo para usar a 100% a nossa capacidade".
Questionado sobre o processo de alienação de 45% dos ativos da empresa, Eduardo Sebastião disse que o trabalho está em curso.
"Esta é uma orientação do acionista Estado, que a empresa deveria ser alienada em 45%, portanto o trabalho está sendo feito, é preciso fazer-se uma avaliação do património da empresa para que depois se determine quanto vale os 45% que se pretende alienar", concluiu.