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"Feito em Angola" ainda passa ao lado dos consumidores angolanos

Post by: 20 Mai, 2017

A origem de um produto, nacional ou estrangeira, ainda não é prioridade para os consumidores angolanos, que se preocupam antes em verificar os prazos de validade por exemplo dos alimentos.

Isso mesmo constatou a Lusa numa ronda por vários consumidores em Luanda, tendo em conta números oficiais que apontam para 900 produtos angolanos que já aderiram ao programa "Feito em Angola", que certifica a origem nacional dos mesmos.

É o caso de Adilson da Cruz, de 40 anos, que reconhece não prestar muita atenção ao país de origem dos produtos que adquire: "Não me importo, apenas compro aquilo que é bom, não reparo se é nacional ou importado. Desde que não esteja expirado em compro normalmente".

Este agente da segurança sublinhou no entanto que os produtos nacionais são, por norma, mais caros que os importados, um problema de falta de competitividade que ainda afeta a indústria angolana.

A preocupação sobre a origem dos produtos que são comercializados no país também não passa pela cabeça do Milton Manuel, agente da Polícia Nacional, de 33 anos.

"Não reparo mais. A minha tendência é apenas chegar e comprar e nada mais. Não reparo porque sei que tudo que está num estabelecimento comercial é bom", apontou. O mesmo partilha Simão Caetano, vendedor ambulante que reconhece que a preocupação é apenas compra em segurança.

"Nem sempre reparo, mas nacional ou importado dá-se logo conta só pela vista", argumentou.

Apesar de a produção nacional nesta área até estar a aumentar, os laticínios produzidos em Angola continuam a ser comercializados, por norma, a preços superiores aos importados. Para Elisa Francisco, de 27 anos, vale a pena o esforço da compra, até porque "o nacional tem qualidade".

"Reparo sim, porque o nacional é melhor do que o importado. O nacional dura mais é mais caro, mas ainda prefiro pela qualidade", explicou a jovem.

Já para a estudante Helena Carneiro é indispensável saber apenas o prazo de validade dos produtos sempre que os adquire, sendo que os importados chegam normalmente aos espaços de venda com um período curto de possibilidade de comercialização.

"Vejo só se o produto está expirado ou não, apenas isso. Agora os rótulos se é angolano ou de fora, não reparo", argumentou, durante as compras.

Enquanto isso, a funcionária pública Domingas da Silva contou à Lusa que a origem do produto que compra é sua missão primordial: "Tenho sempre esse cuidado em reparar até porque o nacional é melhor e tem mais qualidade".

LUSA

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