"A posição orçamental de Angola terá um melhoramento notável até 2018 devido ao aumento das receitas provocado pelas melhorias no setor petrolífero", escrevem os analistas da consultora BMI Research numa nota de análise sobre as finanças públicas de Angola.
No documento, a que a Lusa teve acesso, os analistas antecipam que o défice orçamental deverá diminuir para 3,2% do PIB este ano, "antes de reduzir novamente para 1,9% no ano seguinte", e notam que o aumento da despesa e a redução do défice são normalmente "símbolos de uma recuperação notável na posição orçamental do Governo", mas o caso de Angola foge à regra
"O impacto da posição orçamental e desaceleração do peso da dívida pública no crescimento económico vai ser limitado devido a uma grande parte da despesa ir para despesas correntes, nas vésperas das eleições de agosto", escrevem os analistas.
Com as previsões para o preço do petróleo "a rondarem os 57 dólares este ano e 60 para o ano, as receitas vão aumentar em conformidade", o que dará espaço ao Governo para aumentar a despesa em ano eleitoral, afirmam.
"Acreditamos que o recente empenho do Governo na austeridade vai ser pressionado", dizem, explicando que "com as receitas a subirem agora, o Governo estará ansioso para perseguir uma política orçamental mais expansionista; ao fazê-lo, antecipamos um aumento na atividade económica, particularmente pelo regrsso ao calendários dos projetos do novo aeroporto de Luanda e o porto de águas profundas de Cabinda".
No entanto, concluem, "nem todo o aumento da receita petrolífera irá para projetos produtivos como os investimentos em infraestruturas", já que os custos administrativos vão pesar nas finanças do país em período pré-eleitoral, até porque "há certamente espaço para um surto de violência nas vésperas ou imediatamente a seguir às eleições".
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