A unidade da Grandes Moagens de Angola (GMA), lançada em 2015 e que envolveu a portuguesa Afaplan na gestão do projeto de construção, representa um investimento privado superior a 100 milhões de dólares (89 milhões de euros), conforme contrato com o Estado angolano a que a Lusa teve acesso, prevendo processar diariamente quase 1.200 toneladas de trigo.
O objetivo dos promotores passa por implantar uma moageira capaz de produzir 930 toneladas diárias de trigo para consumo humano e 260 toneladas de farelo para ração animal, para reduzir as importações.
Trata-se da primeira fábrica do género em Angola e terá capacidade para processar o trigo que chegará por via marítima desde países como França, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Cazaquistão e Austrália.
Dada a falta de produção nacional, a aquisição do trigo ainda será feita no exterior.
Números oficiais indicam que, só em 2015, Angola gastou 320 milhões de dólares (285 milhões de euros) para importar 510 mil toneladas de farinha trigo, número que poderá ser cortado em 60% com o início da laboração da fábrica, sustentam os investidores, angolanos e estrangeiros.
O projeto de investimento aprovado pelo Governo angolano prevê a construção da fábrica propriamente dita, de silos, moinhos e uma linha de produção, criando 173 postos de trabalho e beneficiando de uma redução de 80 por cento no pagamento dos impostos Industrial, sobre Aplicação de Capitais e aquisição de terrenos, durante 10 anos.
Esta unidade ocupa uma antiga unidade industrial no porto de Luanda, e um terminal de carga, com direitos de concessão por 20 anos.
Ocupa uma área total de 35.000 metros quadrados, contando com uma capacidade de armazenamento de até cinco dias e silos para guardar a matéria-prima suficiente para 45 dias de produção, que será contínua (24 horas por dia).
Os investidores deste projeto estimam que, em velocidade de cruzeiro, a GMA fature anualmente 170 milhões de dólares (151 milhões de euros).
LUSA