A ENI detém 36,8421% da parceria no bloco 15/06, o mesmo valor da petrolífera estatal angolana Sonangol P&P, contando ainda com a SSI Fifteen Limited (26,3158%), com as três empresas a garantir que vão acelerar o processo para o desenvolvimento da extração e produção.
O poço de Ndungi-1 NFW está localizado a poucos quilómetros do centro da ENI na área e foi perfurado a uma profundidade de 1.076 metros, a que se seguiu uma pesquisa até aos 4.050 metros, onde o crude foi encontrado. Segundo a ENI, o poço contém uma bacia de 65 por 45 metros de crude de alta qualidade, integrado numa zona de pedras de areia de oligoceno, com “excelentes propriedades petrofísicas”.
O resultado da recolha intensiva de dados indica que poderá obter-se uma capacidade de produção de 10.000 barris por dia. Localizado a cerca de dois quilómetros do campo de Mpungi, o novo poço pode ver a sua produção acelerada face à proximidade do sistema de produção que a petrolífera mantém na zona. O poço de Ndungi é o quarto de natureza comercial descoberto pela ENI desde o início da exploração conjunta do Bloco 15/06 relançada em meados de 2018.
Segundo a ENI, os quatro poços, juntos, contêm uma capacidade estimada em 1.400 milhões de barris de petróleo, embora indique que, com estudos mais aprofundados, a previsão possa aumentar. “Estas descobertas importantes voltam a demonstrar o grande potencial do bloco e a eficiência das tecnologias que a ENI tem estado a utilizar na exploração do Bloco 15/06”, lê-se no documento da petrolífera italiana.
Angola é um parceiro estratégico da ENI para o crescimento da petrolífera italiana, que opera no país desde 1980 e que mantém, atualmente, uma produção diária de cerca de 150.000 barris de crude ou equivalente.
A ENI, que opera também no Bloco Norte do offshore de Cabinda, tem dois outros projetos em desenvolvimento no Bloco 15/06.
A 15 de março último, em Milão, o presidente executivo da petrolífera italiana ENI, Cláudio Descalzi, salientou que Angola é “um grande exemplo do modelo de exploração e de aplicação da tecnologia”, salientando que os poços Kalima, Afoxé e Agogo podem entrar em produção em três anos.
“O Bloco 15/06 é um grande exemplo do nosso modelo de exploração; até agora perfurámos 21 poços com uma taxa de sucesso de 86%, descobrindo mais de quatro mil milhões de barris com uma produção de mais de 150 mil barris por dia”, disse então Descalzi ao apresentar a estratégia da empresa para os próximos três anos.
“Nos últimos meses, fizemos três grandes descobertas de óleo leve, em Kalima e Afoxé, estimamos ter 400 a 500 milhões de barris, e há algumas semanas descobrimos um novo gigante em Angola, que pode conter até 650 milhões de barris”, disse o líder da petrolífera.
“Vamos acelerar o desenvolvimento destes novos poços usando as instalações atuais”, acrescentou Claudio Descalzi, na parte da intervenção que incidiu sobre Angola.
O campo Kalimba foi descoberto em junho do ano passado a sudeste do Bloco 15/06, e pode ter até 300 milhões de barris de óleo leve, ao passo que o Afoxé foi encontrado já em dezembro, na mesma zona, e pode ter até 200 milhões de barris. O de Agogo foi descoberto a 13 de março deste ano e tem uma capacidade estimada entre os 450 e os 650 milhões de barris.
A nível mundial, a petrolífera italiana espera aumentar a produção em 3,5% por ano durante os próximos três anos, apontando como meta a neutralidade das emissões de carbono resultante das suas atividades até 2030.