Segundo uma fonte, o pessoal da operadora de telefonia móvel desconhece os meandros do acordo, sobretudo a percentagem das acções que terão sido alienadas aos russos. Mas outra fonte assegura que a “posição estratégica” da empresa na economia nacional leva a crer que o controlo da mesma permanece nas mãos de investidores nacionais.
A privatização da operadora ocorreu em 2009 a favor da Portmil Investments (40%), Modus Comunicare (19%), Ipang (10%), Lambda Investments (6%) e Novatel S.A. (5%). Detêm os restantes 20% a Angola Telecom (18%) e Correios de Angola (2%).
O negócio terá ¬ficado avaliado em 200 milhões de dólares, um valor considerado baixo por analistas de mercado, que teriam avançado 500 milhões como preço justo pela transacção.
A companhia era detida pelo Estado angolano, representado pela Angola Telecom, com 99% das acções, e pelos Correios de Angola, o restante 1%.
Ao VE, a responsável do departamento de comunicação e imagem da Movicel, Graziele Barbosa, prometeu emitir o posicionamento da empresa até sexta-feira passada, o que não aconteceu até ao fecho da presente edição do jornal, nesse mesmo dia.
Segundo a fonte que vimos citando, também preocupa os trabalhadores o provável encerramento de lojas e o processo em curso de redução de pessoal, levando-os a acreditar que os resultados financeiros no último ano não sejam tão animadores.
A queda da qualidade do serviço foi outra preocupação levantada, facto que tem gerado muitas reclamações por parte dos usuários da operadora.
Um estudo da empresa de pesquisa MIRA, afecta ao grupo Ucall, divulgado no ano passado, indica que a Movicel tem um índice de desaprovação pelos clientes pelos clientes de 11,2 %. O mesmo levantamento indica que a Movicel tem registado maiores índices de desaprovação dos clientes em relação à sua concorrente Unitel, devendo-se isso ao defi¬ciente funcionamento do serviço de atendimento ao cliente (um número signifi¬cativo diz nunca ter sido atendido), má qualidade da rede, lentidão da Internet e má taxação.
VALOR ECONÔMICO