A cotação de rua permanece assim mais do dobro acima da taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que está desde o primeiro trimestre de 2016 nos 16.600 kwanzas.
O último pico na cotação de rua, ilegal mas também indicativa para vários setores de atividade, registou-se em junho, quando uma nota de 100 dólares chegou aos 40.000 kwanzas , tendo descido nas semanas seguintes.
Hoje foi possível encontrar em Luanda cada nota de 100 dólares a ser vendido entre os 37.000 e os 39.000 kwanzas em bairros de referência da capital, como Mártires de Kifangondo, Mutamba, São Paulo ou Maculusso, ligeiramente acima da semana anterior.
Estes valores na cotação informal contrastam com o pico deste ano, de 50.000 kwanzas por cada nota de 100 dólares , registado nos primeiros dias de janeiro.
Atualmente, mantêm-se as limitações no acesso a divisas nos bancos, inclusive nas contas em moeda estrangeira, situação que torna a venda paralela, para muitos nacionais e estrangeiros, a única forma de aceder a dólares ou euros em Angola.
Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo desvalorizado o kwanza, face ao dólar, em 23,4% em 2015 e mais 18,4% ainda no primeiro semestre de 2016.
A atividade das 'kinguilas' foi condenada em abril pelo governador do BNA, que advogou o seu fim.
"Não podemos ter, no nosso país, determinadas ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro", justificou Valter Filipe.
As taxas de rua já estiveram próximas dos 60.000 kwanzas por cada nota de 100 dólares em agosto e julho, depois de máximos de 63.000 kwanzas em junho, face à falta de dólares nos bancos.