"Prevemos que depois de uma contração de 2,4% em 2020, os empréstimos dos bancos aos clientes em Angola cresçam 2,5% em 2021 e 6,2% em 2022, o que é uma revisão em baixa face aos 4,5% e 8,2%, respetivamente, previstos anteriormente", lê-se num comentário à situação da banca em Angola.
No documento, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, esta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings escrevem que "um kwanza estável no resto deste ano e em apreciação em 2022 atuará como limitador do crescimento do crédito".
Na nota, a Fitch Solutions diz também esperar que a banca "mude o foco do setor público para o setor privado neste e no próximo ano" e aponta que a rentabilidade do setor deve melhorar nos próximos trimestres.
Para sustentar a atualização da previsão sobre o volume de empréstimos, os analistas apontam o abrandamento do crescimento de 7,9% em agosto para 1,3% em setembro, explicada "pela maior estabilidade do kwanza, que é também responsável pela previsão abaixo da média entre 2012 e 2019 de 9,2%, que estará acima da estimativa para este e o próximo ano".
A apreciação antecipada do kwanza para os próximos meses, para 600 kwanzas por dólar até final do ano, influencia os valores dos empréstimos em moeda estrangeira, que valem cerca de um terço das operações de crédito em Angola.
"Acreditamos que um kwanza estável no resto do ano e apreciando-se moderadamente para uma média de 588 kwanzas por dólar em 2022 vai continuar a limitar o crescimento do crédito", concluem os analistas.