Dorivaldo Texeira disse, em declarações à Rádio Nacional de Angola, que os principais credores de Angola, em termos de relevância, são o mercado doméstico e a China, com o peso conjunto de cerca de 60% da dívida.
Do montante já gasto este ano com o serviço da dívida, 1,8 biliões de kwanzas (3,8 mil milhões de euros) foram para a dívida interna e 1,7 biliões de kwanzas (3,6 mil milhões de euros) para a dívida externa.
"A dívida angolana está cifrada em cerca de 70 mil milhões de dólares [65,3 mil milhões de euros], equivalente em kwanzas", recordou Dorivaldo Teixeira.
Relativamente à dívida de Angola com a China, o responsável frisou que, desde 2019 até dezembro deste ano, o país não está a pagar nem juros nem capital.
"E, tirando partido das receitas extras, em função do nível do petróleo, já estamos por dentro a avançar com alguns adiantamentos dessa dívida, no sentido de ter um efeito também naquilo que seria esse serviço, do ponto de vista da componente de juros", referiu Dorivaldo Teixeira, realçando que o Estado está a poupar, com esse exercício, montantes que rondam cerca de 1,3 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros).
"Esse é o efeito no capital, depois tem os juros, associados a esse 1,3 mil milhões [de dólares], que o Estado acaba por não ter que pagar no futuro", sublinhou.
De acordo com o diretor da unidade de gestão da dívida do Ministério das Finanças, "o plano anual de endividamento está com uma execução boa", por conta de algumas intervenções no mercado interno.
"Durante este ano, tivemos a oportunidade de fazer alguns ajustes no nosso sistema de operadores preferenciais do título do tesouro, conseguimos com esses ajustes convencer três bancos a fazer parte desse sistema. Isso permite-nos emitir de uma melhor forma, conseguimos criar condições para que o mercado secundário comece a ter cotações, do ponto de vista de preços, e a visão também nesse sentido foi fazer emissões de referência, no sentido de ir criando as condições para criar a liquidez necessária para convencer as pessoas e retirar o receio das pessoas para investir em títulos de longo prazo", destacou.