"João Lourenço, atualmente vice-presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), deverá quase de certeza ganhar o controlo do partido, o que vai cimentar ainda mais o seu controlo sobre o Estado e apoiar o progresso na sua agenda reformista", escreveram os analistas da consultora.
Num comentário à candidatura à liderança do MPLA na reunião de setembro, os analistas escreveram, numa nota enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, que isso irá "marcar mais outro passo simbólico de distanciamento da era de José Eduardo dos Santos".
Para a BMI Research, a rejeição da proposta de fazer o congresso apenas no próximo ano e a "rápida decisão do partido" em aprovar a proposta de eleição do novo líder já em setembro deste ano "é indicativa de que a influência do antigo Presidente e dos seus apoiantes dentro do MPLA diminuiu significativamente".
O aumento da influência dos apoiantes do atual Presidente é positivo para a unidade do partido e "serve bem a agenda reformista de João Lourenço", acrescentam os analistas.
Nos próximos tempos, "as principais prioridades serão renovar o investimento no setor petrolífero e promover a diversificação económica", diz a BMI, que conclui que "a consolidação gradual do poder de João Lourenço mantém promissoras as perspetivas do ímpeto reformista".