"Todos os desenvolvimentos no petróleo são importantes, mas a nossa perspetiva é que a produção de petróleo vai recuperar, ajudando o Governo, e o que será também importante é o âmbito e a profundidade das reformas que o Governo vai ser capaz de implementar, além do programa com o FMI", disse Lucie Villa.
Em declarações à Lusa, a analista que segue a economia angolana vincou que "um programa com o FMI seria positivo do ponto de vista do crédito", mas quando questionada sobre se isso será suficiente para melhorar o 'rating', três níveis abaixo da recomendação de investimento, Lucie Villa disse que só o andamento da implementação pode determinar uma mudança na avaliação da qualidade do crédito.
"Veremos o que contém o programa, mas é bom porque financia o Governo e normalmente é barato, mas também vem com condições em termos de reformas, por isso só quando virmos os termos do acordo é que podemos dizer o que pensamos", afirmou a responsável.
A grande dificuldade, apontou, "é que as reformas são desenhadas para melhorar o ambiente empresarial, mas muitas vezes a questão é mais a implementação, porque é preciso ver se consegue acompanhar o ritmo que o Governo determinou, e aqui a questão permanece em aberto".
O Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility - EFF), que surge depois do acordo negociado pelo executivo angolano e o FMI em 2008, visa fundamentalmente a consolidação do ajustamento orçamental.
O programa de assistência financeira, que ficou aquém dos 4.500 milhões de dólares que chegou a ser apontado pelo governo angolano, foca-se na sustentabilidade fiscal, na redução da inflação, na promoção de um regime cambial mais flexível, na estabilidade do setor financeiro, mas também na “promoção do desenvolvimento humano, na reforma do setor público, na diversificação e no crescimento inclusivo”, explicou o diretor adjunto do FMI, Tao Zhang, numa nota divulgada no princípio de dezembro por aquela organização.