O chairman da Efacec e representante da acionista Winterfell, empresa detida por Isabel dos Santos, desvaloriza a eventual saída da ENDE (Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade) do capital da empresa.
“Pela nossa parte, posso dizer que estamos muitos satisfeitos com este investimento e estamos cá para ficar”, frisa Mário Leite Silva.
A Winterfell, empresa detida por Isabel dos Santos, detém 75% da Efacec, sendo que 15% desta fatia pertence à ENDE. O restante capital pertence à MGI, detida pelos Mellos e pela TMG.
A eventual saída da ENDE do capital da Efacec Power Solutions está em cima da mesa depois de uma ordem do Presidente de Angola, João Lourenço.
Estas declarações do chairman da empresa acontecem por ocasião da visita do comissário europeu para a área da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, às instalações da Efacec, numa altura em que a fábrica de mobilidade elétrica comemora um ano, depois de ter sido inaugurada com pompa e circunstância pela empresária Isabel dos Santos.
Segundo os dados apresentados por Ângelo Ramalho, presidente da empresa, com a nova unidade, a empresa duplicou o volume de negócios para os 36 milhões de euros, tendo contratado 100 pessoas no último ano, totalizando agora 210 colaboradores.
A Efacec justifica o crescimento da faturação com “o crescimento da mobilidade elétrica, sobretudo em países como os Estados Unidos e no norte da Europa que representam cerca de 90% do negócio da Efacec nesta área”.
Ângelo Ramalho diz ainda que, “obviamente”, também conta “com Portugal, onde esta área está em franco desenvolvimento”.
A área da mobilidade elétrica da Efacec representa, atualmente, cerca de 6% do total da atividade da Efacec. O objetivo é que, num futuro próximo, passe a representar 15%. Já o volume de negócios deverá atingir a barreira dos 100 milhões nos próximos anos.
De resto, a produção aumentou também tendo passado dos três mil carregadores ano para os nove mil carregadores, ou seja triplicou a capacidade de produção de carregadores rápidos e ultrarrápidos para veículos elétricos.
Para Mário Leite da Silva “os resultados positivos atingidos na área da Mobilidade Elétrica demonstram que a estratégia delineada em 2015 estava certa”. “Esta empresa foi capaz de se reorganizar e de se reinventar, inverter um ciclo menos positivo e regressar aos lucros. Este é um caminho que importa prosseguir, não está concluído. A aposta no I&D para conceber produtos e soluções tecnologicamente inovadoras é um fator decisivo para o futuro da Efacec, permitindo-lhe dar um contributo significativo para a dinamização e diversificação da economia nacional, para as exportações e para a criação de postos de trabalho qualificados e sustentáveis”, acrescenta.
Ângelo Ramalho sublinha a oportunidade que a Mobilidade Elétrica constitui para o desenvolvimento de negócios e para a internacionalização da marca Efacec. “Para além de todas as competências que tem ao nível de carregamento rápido e ultrarrápido, a Mobilidade Elétrica é uma grande oportunidade para a Efacec potenciar as suas principais competências nas áreas da energia, onde fornece soluções para toda a cadeia de valor, desde a geração à distribuição de eletricidade, e da mobilidade, onde tem credenciais em transportes movidos a eletricidade”.
O responsável lembra que “o futuro passa por soluções integradas de energia, que aliem a Mobilidade Elétrica à geração de energia limpa, o armazenamento e a gestão de micro-redes, sem perder de vista o contributo da automação para as smart cities”.
Investimento de 5 milhões em nova fábrica para automação e sistemas de energia
Com o plano de renovação das instalações na área da mobilidade elétrica concretizado, a Efacec está já a construir uma nova unidade industrial. A ASE – automação e sistemas de energia está já em construção e deverá estar concluída no próximo verão. A Efacec não quer para já adiantar o valor concreto do investimento, mas o ECO conseguiu apurar que em causa está um montante superior a cinco milhões de euros.
A nova fábrica fica situada ao lado da unidade de mobilidade elétrica inaugurada há um ano pela empresária Isabel dos Santos. ECO