Kayaya Cahala apresentou hoje, em Luanda, numa palestra "Dados sobre a Atual Atividade do Ouro em Angola", no âmbito da comemoração do Dia do Trabalhador Mineiro Angolano, que se assinala a 27 de abril.
Segundo o responsável o projeto do Chipindo, na província angolana da Huíla, iniciado em 2011, é o mais importante e o mais avançado, estando a sua entrada em produção prevista para o primeiro semestre deste ano.
Numa área de 664,30 quilómetros quadrados, a mina de Chipindo apresenta um tempo de vida útil de sete anos e vai criar 70 postos de trabalho diretos.
"Neste momento é o mais importante, porque já se pode ver o ouro, a atividade de extração já iniciou e estamos numa fase de ensaios", referiu.
O administrador referiu que estão a ser explorados depósitos secundários, com reservas de 822.500 metros cúbicos.
Também em fase avançada estão os projetos de Buco-Zau, na província de Cabinda, numa área de 322,80 quilómetros quadrados, estimando-se um tempo de vida útil de 57 anos, tendo em conta o ritmo de produção lento a imprimir na primeira fase, com previsão de entrada em produção também no primeiro semestre deste ano, antes do final de junho.
"A mesma coisa vai acontecer com o projeto Lufo em Cabinda, que tem recursos médios de quase 150 mil onças", disse Kayaya Cahala.
O projeto do Lufo, segundo o responsável, verifica um pouco mais de atraso, por isso o seu arranque está previsto para o segundo semestre deste ano, que terá a duração de 33 anos, devido também a uma produção pouco volumosa.
Também com arranque previsto para o segundo semestre deste ano, em outubro, está o projeto Tiandai Mining, no município de Nambuangongo, província do Bengo, de depósitos primários, com reservas de 1,5 milhões de toneladas.
"Com a entrada em funcionamento destes projetos prevê-se a partir de 2019 cerca de 29 mil onças, para se atingir o pico, em 2022, de 35 mil onças", referiu.
O administrador da Ferrangol disse que são várias as intenções de investimento que o Estado recebe, mas a sua materialização é dificultada por questões financeiras.
"São várias intenções, mas o grande problema é que não é fácil os investidores comprovarem a capacidade. Vários vêm, mas depois não materializam aquilo que prometem, não vão ao âmago do problema, é o caso do Mpopo, que iniciou há muito tempo, mas que até agora não chega a uma fase de produção", disse.
O projeto do Mpopo, na província do Huíla, uns dos primeiros a ser desenvolvidos, em 2009, não atingiu ainda a fase de exploração apenas por questões financeiras.
"Do ponto de vista técnico não há problema nenhum, o projeto tem estudo de viabilidade devidamente auditado, aprovado, mas a parte financeira impede o início dos trabalhos, neste momento estamos a desenvolver esforços para locarmos fundos, contratando outros grupos empresariais fortes, para poderem dar início aos trabalhos de exploração", explicou.
Sobre o garimpo do ouro, Kayaya Cahala admitiu que se trata de uma realidade, que as autoridades têm criado condições para a segurança das áreas de atividade mineira.
"É uma questão que não podemos fugir, evitar facilmente, porque são pessoas que na calada da noite atuam. O interesse desmedido é que faz com que as pessoas não meçam esforços, enfrentam as forças de ordem e vão para as áreas e desenvolvem as atividades", disse.