Neste mesmo sentido foi aprovado o Plano de Acção para Promoção da Empregabilidade (PAPE), que prevê que os empregos “deverão ser criados e absorvidos pelo setor produtivo da economia e não pela administração pública, como muitas vezes se afirma.
A verba será proveniente do Orçamento Geral do Estado (OGE) e do Fundo de Petróleo, diz o documento, que adianta também que o PAPE servirá de “instrumento de gestão operacional destinado a fomentar e apoiar o espírito de iniciativa na juventude”.
Para o economista, Precioso Domingos, o plano “não tem pernas para andar”, devido à taxa de desemprego e o pouco tempo de mandato que sobra para sua materialização.
Já outra especialista em desenvolvimento comunitário, Maria Lassalete, é de opinião que o actual formato do nosso governo, excessivamente “gordo” , pode ser alterado dando primazia à empregabilidade no sector privado.
A União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA) aplaudiu a medida do governo, mas levanta algumas dúvidas fazendo paralelismo com os anos anteriores em que os fundos eram desviados para fins não preconizados.
Manuel Viagem espera que os principais beneficiários desta medida governativa sejam auscultados: “Se o Governo diz que quer governar com e não para então tem de ouvir. Devem ser dadas oportunidades aos competentes e não às cores partidárias”.
Precioso Domingos aponta algumas saídas deste cenário que passam pelo alavancar dos quatro motores-chave da nossa economia, tendo sublinhado um deles que é o aumento das exportações.
Entretanto, o incremento destas exportações na visão da especialista de desenvolvimento comunitário, Maria Lassalete, passará por uma boa gestão desta verba adjudicada para a empregabilidade, podendo abranger sectores de base da nossa economia com destaque para agricultura familiar e empresarial, uma vez que precisa-se de aumentar a produção na dimensão da grande escala.
“Temos que apostar na agricultura familiar, identificar bem as famílias, orientar na mobilização dos solos, sementes melhoras para poder se criar postos de trabalhos e colocando fim ao êxodo rural para as grandes cidades”, salientou.
A promessa dos 500 mil empregos é vista por Precioso Domingos como mero populismo e reacende o debate sobre uma das últimas eleições do consulado de José Eduardo dos Santos, em que havia prometido a construção de um milhão de casas, o que se verificou não ter sido cumprido.
Domingos admite ser legítimo ambicionar dentro do campo político, mas é preciso que as acções do governo sejam materializadas. VOA