O que temos estado a fazer é implementar um conjunto de procedimentos para reforçar a supervisão da banca, tanto pública como privada, até no âmbito do plano nacional de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo", explicou o responsável.
O ministro, que está em Washington para participar nas reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, disse que estão a ser tomadas medidas "no plano institucional e legal", mas afastou os receios de uma ameaça imediata à estabilidade do sistema bancário angolano.
"No sistema bancário nunca estamos tranquilos. Temos é de ir tomando medidas para mitigar fatores de risco sistémicos", defendeu.
O governante disse que "este processo está em curso" e deu como exemplo a criação do Conselho Nacional de Estabilidade Financeira, que congrega todos os supervisores do sistema financeiro angolano, como o Ministério das Finanças, o Banco Nacional de Angola, a Comissão de Mercado de Capitais e a Agência Reguladora de Seguros.
O ministro disse que também foi solicitada a assistência técnica do Banco Mundial para este trabalho.
"O objetivo é identificar um conjunto de ações visando o reforço da supervisão e a mitigação do risco sistémico", acrescentou Archer Mangueira.
Em relação ao BPC, o ministro disse que o Governo "ainda está a fazer o trabalho de saneamento do banco", mas que, "de qualquer forma, já aprovou um pacote para a sua capitalização", referindo-se ao aumento de capital de 90 mil milhões de kwanzas (500 milhões de euros) autorizado no início do ano.
O Governo está também a finalizar o tratamento do crédito mal parado deste banco, que há cerca de um ano apresentava uma carteira de crédito vencido superior a mil milhões de euros.
"Vamos tentar recuperar o que é recuperável e o que não é recuperável reestruturar. O Governo criou um veículo para tratamento e restruturação do crédito mal parado e já está a trabalhar nesse sentido, não apenas em relação ao BPC, mas em relação a todos os bancos", explicou.
LUSA