"É preciso garantir o total respeito pela carta constitucional para que a transição política, duramente conquistada, seja protegida”, afirmou António Guterres através da rede social Twitter.
A carta constitucional foi assinada em agosto de 2019 pelos militares e civis sudaneses, em que se comprometem a partilhar o poder no seio de um Conselho Soberano durante o período de transição, iniciado com a queda do ditador Omar al-Bashir, em abril do mesmo ano.
O presidente do Conselho Soberano sudanês, o mais alto órgão de poder no processo de transição do Sudão, general Abdel-Fattah al-Burhan, dissolveu hoje o Governo e o próprio conselho, horas depois de os militares prenderem o primeiro-ministro.
Al-Burhan leu uma declaração na televisão estatal sudanesa, na qual anunciou a instauração de um estado de emergência em todo o país entre um conjunto de nove pontos, que incluíram a dissolução do Governo e do Conselho Soberano, assim como a suspensão de vários artigos do documento constitucional que lançou as bases para a transição após o derrube de Omar al-Bashir em abril de 2019.
A União Europeia também se manifestou “muito preocupada” com as notícias de um golpe de Estado no Sudão e apelou à “rápida libertação” dos dirigentes civis do Governo, assim como ao restabelecimento “urgente” das comunicações no país.
A União Africana (UA) apelou à "retoma imediata" do diálogo no Sudão, pela voz do presidente do órgão executivo da organização, Moussa Faki Mahamat, que disse ter tomado "conhecimento com profunda consternação dos graves desenvolvimentos" no país.
Estados Unidos da América, Alemanha e França, entre outros países, condenaram igualmente o golpe de Estado e apelaram à libertação dos dirigentes civis sudaneses.