Depois de ouvir e ler o que tinha sido a causa da celeuma, tive que recuar no passado ou tive que olhar no retrovisor no sentido de entender, no sentido de encontrar algo de modo a entender do porque o mesmo tivera pronunciado aquelas palavras.
E nessa busca tive que recuar até 2003, pois sabia claramente que antes de 2003 nada poderia encontrar em função da situação política do país daquela altura. Na busca que fiz a partir de 2003 até 3 Agosto de 2018, nada encontrei que justificasse o pronunciamento do mesmo.
Olhando pelo percurso político de quem fez este pronunciamento e pelo tempo que o mesmo está na política activa. Esses factores me obrigaram a questionar-me da seguinte forma.
Porque alguém que está a quase duas décadas a frente de um partido político e nesse período todo nunca reconheceu que o seu adversário político é um patriota. E estando a meses de 2019, ano que termina o seu mandato a frente do partido político que lidera, e nesse curto espaço de tempo que lhe resta reconhece aquele que na sua longa liderança não reconheceu como patriota de patriota?
O que realmente se passa? O que deseja? O que espera em troca?
O político em causa ao nível do partido político que lidera há aqueles que o olham e concluem que o mesmo desde o período de 2003 que passou a liderar este partido político foi um factor de desunião do que de União, o olham como alguém que em vez de agregar as ovelhas os dispersou, e em função disso ao nível do partido político que lidera desde 2003. Ele não será recordado como um grande líder, e mesmo o seu patriotismo é posta em causa por aqueles que lidera.
E função disso, o mesmo sabendo do quão a sua liderança é contestada ao nível do partido político que lidera... E estando no fim do seu mandato, e não tendo mais como fazer manobras para ficar a frente deste partido político, pois o mesmo já bateu o recorde de três (3) ditos pelo não dito.
Entendeu "reconhecer" o seu adversário político de patriota, mas faz este pronunciamento sabendo que este reconhecimento colocaria quem foi reconhecido por si de patriota numa dívida moral. E nesse sentido o reconhecido ou quem ele reconheceu como patriota fica com a obrigação moral de dar o troco, de reconhecer o mesmo como também um patriota.
Pois devido a cortesia, quem ele reconheceu de patriota ficaria muito mal na fotografia caso depois não retribuisse.
E quem ele reconheceu de patriota em função do percurso político do mesmo, ao retribuir ou ao reconhecer quem o reconheceu de patriota. Faria de quem o reconheceu de patriota num grande líder. Ou levaria com que o mesmo depois de deixar a liderança da UNITA saísse na porta grande, ou com grande prestígio.
Em suma entendo que o Presidente da UNITA reconheceu o Ex-presidente da República de patriota, pois isso coloca-o na obrigação moral de dar o troco ou de o reconhecer também de patriota e isso faria com que o mesmo terminasse a sua vida política activa saindo pela porta grande ou com grande prestígio.
E se o Ex-presidente da República depois de algum tempo não reconhecer o mesmo de patriota. O presidente da UNITA irá dar um dito pelo não dito. O tempo dará-me razão.
Manuel Tandu "O Kutualista"