Nas suas primeiras palavras à imprensa, após soltura ao cabo de sete meses de prisão domiciliar por aquilo que chamou de “erro processual”, Norberto Garcia disse que sempre quis ser pastor, mas foi desviado.
Recusou qualquer possibilidade de solicitar uma indemnização ao Estado angolano, porque não quer aproveitar a circunstância de um “erro processual” que se cometeu para tirar vantagem.
“O dinheiro que devia ser para mim, eu quero que se construa um bom mercado, para as zungueiras (vendedoras ambulantes) e evitarmos os casos da Juliana Cafrique, zungueira morta, acidentalmente, em Luanda, em confronto com a Polícia. Se dê mais medicamentos aos hospitais, mais escolas condignas”, disse.
Apesar de afirmar que não guardar rancor de ninguém, lamentou o facto de ser abandonado, nos momentos mais difíceis, pelos colegas do MPLA (partido governante), onde desempenhava o cargo de secretário para Informação.
Por outro lado, recusou que tenha sido convidado para dirigir a Fundação Eduardo dos Santos (FESA).
Advogados falam em justiça feita
O advogado do grupo de tailandeses e da angolana Celeste de Brito, Carlos Salumbongo, disse que tem cinco dias para analisar um possível recurso da decisão da condenação do réu tailandês Raveeroj Ritchoteanan, por sete anos e seis meses de prisão.
Quanto a Celeste de Brito, condenada a dois anos, disse que vai tratar de questões administrativas para ser solta, uma vez que já cumpriu a metade da pena (ficou em prisão preventiva durante um ano e três).
Enquanto isso, o advogado de Norberto Garcia, Evaristo Maneco, enalteceu o trabalho de todos intervenientes no processo (PGR, Juízes e advogados).
Disse ter sido um árduo trabalho desenvolvido por si para provar a inocência do seu constituinte, que o levou a recorrer, na fase de instrução preparatória, pedindo habeas corpus as instâncias superiores dos Tribunais Supremo e Constitucional.