Abel Chivukuvuku, que foi um dos mais importantes dirigentes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) até 2012, falava hoje em conferência de imprensa que serviu para esclarecimentos sobre o seu estado de saúde.
Segundo Abel Chivukuvuku, o papel do Presidente angolano, João Lourenço, neste processo das exéquias de Jonas Savimbi, morto em combate em 2002, "deve ser reconhecido e, em certa medida agradecido", por ter proporcionado a libertação depois de 17 anos de prisão mesmo já morto", do fundador da UNITA.
Para Abel Chivukuvuku, do ponto de vista processual, o papel das instituições do Estado é entregar os restos mortais à família, o que deve terminar por aí.
"Os atos subsequentes são um direito dos familiares, com o apoio da UNITA, de determinarem que natureza de cerimónias fazem e onde as fazem, isso é um direito da família e ninguém pode coartar isso", opinou.
Estas cerimónias fúnebres continuam agendadas para 01 de junho, apesar das divergências, nas últimas horas, entre o Governo angolano e a UNITA e a família de Savimbi, sobre o local da entrega dos restos mortais do histórico líder do partido do 'galo negro'.
Depois de sinais de que o processo "estava a correr bem, num momento de entendimento e reconciliação nacional", Abel Chivukuvuku defendeu que é necessário que "haja conversa, diálogo", pressupondo que o mais importante já está feito, com a entrega dos restos mortais aos familiares.
"O resto são atos que apenas devem pertencer aos familiares, por isso recomendamos o máximo de diálogo, serenidade e acertos", frisou.
Abel Chivuluvuku disse que tinha intenção em participar das exéquias, por reconhecer que é "produto de formação política da escola do Doutor Jonas Malheiro Savimbi" e "só o facto de estar ainda num quadro de recuperação" é que o impede de estar presente na cerimónia.
"A família, sobretudo os filhos, também pediram que gostariam que prestasse um depoimento durante as exéquias, todos conhecem qual foi a natureza da minha relação com Doutor Jonas Savimbi, mas tal não foi possível", acrescentou.
De acordo com o político, "o mais importante não é estar hoje nas exéquias", mas sim ser "o testemunho daquilo que ele acreditou".
"E trabalharmos para isso, porque é isso que vai vingar no futuro e não são as exéquias, que são um assunto pontual de um dia ou de um momento", referiu.
Depois de deixar a UNITA, Abel Chivukuvuku foi líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), terceira força polícia de Angola, até ser destituído do cargo em fevereiro passado.
Na conferência de imprensa de hoje, convocada para esclarecer a sua atual condição de saúde e afastar especulações que surgiram sobre o seu estado, Abel Chivukuvuku disse que na primeira quinzena de agosto haverá novidades em relação ao seu futuro político.
"Cada coisa no seu tempo, haverá o tempo para isso, a única coisa talvez que posso esclarecer: preparem-se para a primeira quinzena de agosto", disse o político, que rejeitou avançar mais pormenores.