Segundo Paulo Pombolo, a decisão já está tomada e a entrada dos novos 134 membros, escolhidos nas diferentes províncias do país, será ratificada durante os trabalhos do 7.º Congresso Extraordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), sob o lema "MPLA e os Novos Desafios", marcado para sábado no Complexo Turístico Futungo 2, a sul de Luanda.
O conclave, que contará com 2.591 delegados, é presidido pelo líder do MPLA, João Lourenço, igualmente chefe de Estado angolano, e vai debater também a estratégia eleitoral do partido para as eleições autárquicas previstas para 2020, com Paulo Pombolo a adiantar à Lusa que o "Éme" vai realizar "primárias" para escolher os seus candidatos.
"Vamos definir o modelo que iremos apresentar para as autarquias e irão existir eleições primárias no partido para quem queira apresentar-se como candidato", adiantou o também secretário para a Informação do MPLA, que referiu que, no congresso, vai continuar a defender-se o princípio de "gradualismo" nas autárquicas.
Na prática, segundo a proposta do MPLA, as autárquicas realizar-se-ão em 2020 apenas em alguns municípios do país, para, numa segunda fase, em 2025, se estenderem a outros, culminando o processo em 2030, com a realização simultânea da votação em já todas as autarquias.
Os dois maiores partidos da oposição angolana - União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) - defendem que a votação deverá decorrer numa só fase, em todos os municípios, já em 2020.
"É um assunto que terá de ser discutido ainda no parlamento, onde está em discussão o 'pacote das autárquicas'", afirmou Paulo Pombolo.
Na agenda dos trabalhos de sábado, a que a imprensa só assistirá à abertura e ao encerramento, estão ainda "ajustamentos pontuais" aos estatutos do partido, relacionados com o alargamento do Comité Central e "outros".
"Segundo os Estatutos do MPLA, qualquer órgão ou organização do partido, a nível nacional, ou um terço dos participantes ao último congresso ordinário [realizado entre 17 e 20 de agosto e 2016] podem propor ao Comité Central ou ao presidente do partido a convocação de um congresso extraordinário, indicando, na proposta, as razões, sendo que o Comité Central delibera, depois de consultar os órgãos intermédios, o que veio a acontecer", sublinhou Paulo Pombolo, exemplificando um dos "ajustamentos".
O conclave aprovará também os documentos finais, como a resolução geral do 7.º Congresso Extraordinário, e as diferentes moções a apresentar.
No 6.º Congresso Extraordinário do MPLA, realizado em 08 de setembro de 2018, João Lourenço, Presidente de Angola desde setembro de 2017, foi eleito líder do partido com 98,58% dos votos, sucedendo a José Eduardo dos Santos, que presidiu o partido desde 1979.