Questionado no final da sessão de abertura do congresso, que arrancou com a intervenção de João Lourenço (também Presidente de Angola), Franco Marcolino Nhani sublinhou que as políticas do Governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) não estão a ter impacto na vida real dos cidadãos.
"Entendemos que o que ouvimos foi um conjunto de declarações de intenções e esperamos que, de facto, saiam deste conclave políticas e medidas que tenham um impacto na vida real das populações", disse Nhani, presente no conclave a convite do MPLA.
Instado pela Lusa a ser mais específico, o secretário-geral da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, a maior força da oposição angolana) exemplificou com o anúncio hoje feito do adiamento, para outubro, da entrada em vigor do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que era suposto ser introduzido no país em 01 de julho próximo.
"Devo aqui dar já um indicador de que o reiterado anúncio do IVA é de facto uma medida que penso que se vai juntar a outras que têm um impacto negativo na vida real das populações. O nosso povo tem imensos problemas, como o desemprego e a pobreza", lamentou.
"Temos de fazer qualquer coisa para reforçar a nossa economia, para colocarmos o nosso país no rumo do desenvolvimento. Mas, por favor, que se vá buscar o dinheiro fora, que se repatriem os capitais e não mais uma vez se vá ao bolso dos cidadãos e dos empresários para retirar o pouco que têm", acrescentou Nhani.
Para o dirigente da UNITA, as medidas em causa, em vez de ajudarem a resolver os problemas da população, "só os agravam".
"Quanto ao congresso, espero que o façam dentro dos princípios democráticos para que, de facto, possam beneficiar a convivência sadia entre os partidos políticos", concluiu o secretário-geral da UNITA