“Aqui fica um apelo a quem conduz a responsabilidade da realização do registo, para deixar de fazer violações à lei, deixar de dizer que se faz a atualização e a obtenção do cartão de munícipe através do bilhete de identidade ou através do registo presencial, mas vem alguém dizer: não, vocês podem abdicar do bilhete de identidade e peçam a fatura da luz, peçam um contrato, e isto basta para atribuir o cartão de munícipe”, criticou Adalberto Costa Júnior.
O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) interveio numa reunião magna do projeto político PRA-JA Servir Angola, de Abel Chivukuvuku, para apreciar a sua participação na Frente Patriótica Unida, projeto em criação, que integra também o Bloco Democrático, para a “alternância do poder político em Angola”.
Segundo Adalberto Costa Júnior, iniciado na semana passada o processo de atualização e registo oficiosa para as eleições gerais de 2022, foi possível “confirmar que há desrespeito à lei na gestão do registo eleitoral”.
Adalberto Costa Júnior reiterou que é necessário que o processo seja “de respeito escrupuloso ao que diz a lei”.
“Meus caros compatriotas, isto é um atentado àquilo que a lei prevê e deve ser imediatamente corrigido”, afirmou.
De acordo com o político, existe uma outra lei recentemente aprovada que permite trocar o cartão de eleitor pelo bilhete de identidade, e “se se continuar a permitir a ilegalidade de se atribuir o cartão de munícipe com um simples talão de luz” vai criar-se “um problema de segurança nacional”.
“Porque vamos atribuir bilhetes de identidade a cidadãos não nacionais e é exatamente isto que quem nos governa não pode incentivar”, sublinhou Adalberto Costa Júnior, chamando ainda a atenção para que se ultrapassem “as dificuldades enormes” que deixam as pessoas “muitas vezes mais de uma hora [à espera] para atribuir um cartão de munícipe”.
“Alguém a quem se exige, além do bilhete de identidade, o cartão de eleitor, não está a ser suficiente, está-se a exigir mais o atestado de residência ou o talão da luz, isto também é ilegal”, apontou.
Segundo o líder da UNITA, estes “são os instrutivos que estão a ser dados a quem está a praticar o registo atrás de uma secretária”.
“Por favor, membros do Governo, da Comissão Nacional Eleitoral, respeitem as leis, comecemos a fazer o registo num ambiente de credibilidade, de absoluta transparência”, acrescentou, apelando a todos os cidadãos nacionais a registarem-se.
Angola realiza eleições gerais em 2022, e para o efeito deu arranque em todo o país, no dia 23, ao registo eleitoral oficioso, que termina em 31 de março do próximo ano.
O processo, que estará em funcionamento no Balcão Único de Atendimento ao Público (BUAP), prevê registar em todo o país 12 milhões de pessoas, dos quais 450 mil no estrangeiro, onde o processo deverá arrancar em janeiro até março.