O braço armado do movimento independentista cabindês anunciou ter matado seis soldados na aldeia de Bembica, na área de Necuto, junto a área de Pinto da Fonseca numa operação entre as 23:30 de domingo e as 00:40 de hoje (a mesma hora em Lisboa), em que se apoderou de 12 metralhadoras AK4, cinco lança-rockets e munições, de acordo com um comunicado da FLEC-FAC, assinado por Ricardo Danda wa Danda, comandante das forças especiais das FAC.
Cerca de três horas mais tarde, as forças rebeldes alegam ter atacado uma patrulha das FAA mais a sul, na mesma área, tendo matado mais quatro soldados e ferido outros dois, mais uma vez apoderando-se de material militar abandonado.
A FLEC-FAC afirma ainda ter atacado uma viatura militar das FAA pelas 04:50 horas na estrada que liga as vilas de Nova Beirra, na fronteira entre Necuto e Dinge, fazendo três mortos “com fardamentos dos marinheiros da marinha nacional angolana” e “vários” feridos no lado das forças angolanas.
Finalmente, às 06:05 horas, “cinco soldados angolanos foram mortos e vários outros feridos numa emboscada entre as aldeias de Caio N’Guala e Cungo Butuno, no desvio para a aldeia de Baca”, segundo o mesmo comunicado.
A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português - tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 - e não parte integrante do território angolano.
O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.