Os presidentes da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Nimi a Simbi, do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, do Partido Humanista de Angola (PHA), Bela Malaquias, e da Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino Moreira, estiveram presentes na cerimónia de posse de João Lourenço.
A cerimónia decorreu hoje na Praça da República, em Luanda, e o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição), que contesta os resultados das eleições, Adalberto Costa Júnior, esteve ausente.
Sobre a ausência da UNITA nesta cerimónia, Nimi a Simi, respondeu: "Pergunte isso à UNITA, eles têm a sua visão, eu não tenho a visão da UNITA e só posso falar da FNLA".
O líder da FNLA, que elegeu dois deputados para a quinta legislatura angolana, disse não acreditar que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) consiga resolver os problemas básicos do país nos próximos cinco anos.
"Não espero nada. Se durante 47 anos não conseguiram resolver os problemas básicos da nação, em cinco anos vão resolver? Vocês acreditam?" - questionou Nimi a Simbi.
A FNLA "vai ao parlamento e vamos apoiar todas as boas ideias e programas que concorrem para melhorar as condições de vida do povo, temos uma divisa liberdade e terra e vamos continuar com ela", assegurou.
O presidente do PRS também desvalorizou a ausência da UNITA na investidura de João Lourenço: "Eu não posso nem criticar e nem fazer análises por decisão dos outros,
"Nós tivemos a nossa decisão e eles provavelmente têm a sua e quanto a isso não tenho nada a comentar", afirmou Benedito Daniel.
João Lourenço, investido hoje para um novo mandato de cinco anos, prometeu dar uma "especial atenção" às questões sociais e "ser o Presidente de todos os angolanos".
"Ele (Presidente da República) comprometeu-se diante dos angolanos e agora vamos esperar que essas promessas sejam realizadas", frisou Benedito Daniel.
E a presidente do PHA, partido que elegeu dois deputados para a quinta legislatura, preferiu não comentar a ausência da UNITA na cerimónia, considerando, por outro lado, que João Lourenço teve um discurso conciliador.
"É um discurso conciliador, é o discurso do momento e daqui para frente a gente vai ver o que vai dar sobre o que foi dito", salientou Bela Malaquias.
O Tribunal Constitucional (TC) proclamou o MPLA e o seu candidato, João Lourenço, como vencedores com 51,17% dos votos, seguido da UNITA com 43,95%, tendo chumbado o recurso de contencioso eleitoral da UNITA.
Com estes resultados, o MPLA elegeu 124 deputados e a UNITA, que contesta os resultados e recorreu ao chumbo do TC e interpôs, na terça-feira, recurso de inconstitucionalidade, elegeu 90 deputados, quase o dobro das eleições de 2017.
Em face dos resultados eleitorais, o MPLA deve indicar igualmente dois vice-presidentes e dois secretários de mesa da Assembleia Nacional e na mesma proporção o partido UNITA.
O PRS, a FNLA e o estreante PHA elegerem dois deputados cada.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola -- Coligação Eleitoral (CASA-CE), a APN e o P-Njango não obtiveram assentos na Assembleia Nacional, que na legislatura 2022-2027 vai contar com 220 deputados.
João Lourenço, reeleito Presidente de Angola para os próximos cinco anos, tomou posse hoje e deputados eleitos serão investidos na sexta-feira.