"Foram 42 anos de sofrimento e de má governação. Não podemos ser um país potencialmente rico, mas habitado por cidadãos pobres", disse Abel Chivukuvuku no comício de encerramento de campanha da CASA-CE, no centro de Luanda.
Entre gritos dos milhares de militantes - "Abel, amigo, o povo está contigo!" ou "Desta vez mudança", o slogan da campanha - o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) manifestou-se convicto de que no dia 23 os angolanos vão dizer "Pronto!" à chamada da sua formação.
"Não tenho dúvidas de que a juventude angolana saberá dizer 'Pronto!' no dia 23. Não tenho dúvidas de que as mamãs angolanas saberão dizer 'Pronto!' no dia 23. Não tenho dúvidas de que os papás angolanos saberão 'Pronto!' no dia 23, com responsabilidade", disse o líder da CASA-CE
Abel Chivukuvuku apelou a que os eleitores "confiem nos dirigentes" da CASA-CE "para fazer um país sério, com um governo patriótico, sensível ao sofrimento do cidadão".
"Sobretudo um governo que vai estar sob a vossa responsabilidade. (...) Nós não queremos a mudança pela mudança, não queremos o poder pelo poder. Se for assim, que fiquem lá eles", sublinhou.
Para o cabeça de lista da CASA-CE, que nas eleições de 2012 obteve 6% dos votos e é a segunda maior força da oposição, "os donos da mudança são os cidadãos" e são estes que têm de exigir mais dos governantes.
"Quem quiser governar Angola tem de ser servidor do cidadão, não gestor temporário dos recursos dos cidadãos, da riqueza do povo", disse Abel Chivukuvuku, sublinhando que "os recursos do país são de todos os cidadãos, em nome de todos os cidadãos e para o benefício dos cidadãos".
O comício de encerramento da campanha da CASA-CE concentrou desde as primeiras horas da manhã milhares de apoiantes no centro da capital angolana. O evento "pintou" de amarelo - a cor da CASA-CE - o recinto perto do Largo 1.º de Maio e da Praça da Independência.
Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).
A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.
A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).
O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições gerais de 2012.