A informação foi transmitida hoje pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente angolano, Adão de Almeida, na cerimónia de encerramento do Fórum Económico Angola – França, em que convidou os empresários franceses a investirem e a “aproveitarem a estabilidade” do país lusófono.
Do volume de comércio de bens transacionados entre França e Angola entre 2020 e 2022, cerca de 1,1 mil milhões de dólares (1,03 mil milhões de euros) foram de exportações de França para Angola, realçou.
Embora a estrutura das exportações franceses para Angola “seja ainda bastante dominada por equipamentos para indústria petrolífera”, frisou, “começa-se a assistir uma crescente tendência de diversificação abrangendo dos domínios da alimentação, saúde, automóveis, bens de consumo, mecânica, eletricidade, eletrónica, computadores, perfumes e cosméticos”.
Adão de Almeida, que discursava no fórum de lançamento de uma parceria de produção entre França e Angola no setor agrícola e agroalimentar, em que também interveio o Presidente francês, Emmanuel Macron, referiu que a França “é um importante aliado e parceiro estratégico” para Angola.
França “é um importante aliado, um parceiro estratégico nos mais diferentes domínios da vida diplomática, económica e comercial, mas também no diálogo permanente sobre as grandes questões da agenda global da atualidade”, apontou.
“Os nossos laços de cooperação posicionam-se em patamares relevantes, considerando que a França é o segundo maior investidor estrangeiro em Angola, principalmente devido aos investimentos feitos no setor petrolífero”, sustentou.
Quanto aos investimentos, “França tem igualmente apostado na diversificação perspetivando-se incrementar ações nos domínios da agricultura, pecuária, turismo e produtos alimentares enquadrados no Programa de Apoio à Produção e Diversificação das Exportações e substituição das Importações (Prodesi)”.
Segundo o ministro de Estado, Angola pretende também reforçar a cooperação com a França nos ramos da logística, saúde, principalmente na produção de medicamentos para uso humano e animal, equipamento, finanças, indústria, agroindústria e construção civil.
O governante enalteceu a realização do fórum, que juntou mais de 30 empresários franceses do ramo agrícola e dezenas de empresários angolanos do setor, considerando ser fundamental que Angola tenha sucesso no seu objetivo de aumentar a produção interna, alcançar autossuficiência e diversificar as suas exportações.
“Temos potencial e ambicionamos fazer muito mais, por isso entre os seus desafios e seguro da sua ambição, o executivo angolano aprovou recentemente dois importantes planos voltados para a agricultura e a pecuária”, disse.
Adão de Almeida convidou também os empresários franceses a investirem em Angola, por disporem de várias oportunidades, referindo ser este o momento certo para estes promoverem bolsas de negócios, feiras e outros eventos similares.
“É o momento certo para aproveitar a terra arável que Angola tem, os recursos hídricos disponíveis e as condições climatéricas para produção agrícola, é o momento certo para aproveitarem a estabilidade que o país oferece e a abertura cada vez maior para o mundo”, exortou.
“Podemos fazer mais para explorar outros setores, nomeadamente no setor das telecomunicações, tecnologias de informação, na saúde, agricultura, pescas, ensino superior, cooperação universitária e de investigação científica, o reforço da promoção da língua francesa, transportes, defesa, indústria e energia, podemos fazer mais”, insistiu.
Angola “conta com o investimento francês que promover um desenvolvimento sustentado e responsável que apoiará a diversificação e melhorará a resiliência das economias e gerará prosperidade para as pessoas”, rematou.
Macron, antes de se deslocar para o Palácio Presidencial para o encontro com o seu homólogo angolano, João Lourenço, proferiu o discurso de encerramento do fórum empresarial, destacando que a parceria no setor agrícola visa construir fileiras integradas para assegurar a soberania alimentar.
Entre as iniciativas francesas, conta-se um empréstimo de 150 milhões de euros, através da Agência Francesa para o Desenvolvimento, para apoiar o programa de resiliência climática e segurança hídrica – RECLIMAA, acompanhamento da revitalização da fileira do café, acordo de parceira agrícola com profissionais do setor privado francês e angolano, semelhante a um acordo assinado com os Camarões no ano passado.
Serão também assinadas uma carta de intenções relativa à venda de um satélite de observação de terra com a Airbus Defence & Space, um memorando de entendimento para assistência técnica no setor da água com a Suez e uma carta de intenção da fase 2 do projeto de modernização do INAMET (instituto meteorológico angolano), com a Météo France International.