Arcebispo emérito angolano defende “um só povo, uma só nação” e bandeira e hino consensuais

Post by: 06 November, 2025

O arcebispo emérito do Lubango defendeu hoje que o lema “um só povo, uma só nação” deve tornar-se uma realidade em Angola, que o país deve reencontrar-se e ter uma bandeira e um hino mais consensuais.

“Vale a pena a independência, por isso estamos aqui. Não queremos que as coisas fiquem paradas e [queremos] que as promessas ditas na independência, de Cabinda ao Cunene, um só povo, uma só nação, que isto seja uma realidade”, afirmou Zacarias Kamuenho à agência Lusa, em Luanda, à margem do Congresso Nacional da Reconciliação, promovido pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

“Isso é aquilo que os pais da nação sonharam e todos nós sonhamos, particularmente nós que vivemos a hora da independência, que Angola se reencontre e não algumas coisas que temos visto que não dignificam a nossa unidade nem dignificam a angolanidade”, acrescentou.

Zacarias Kamuenho, que recebeu em 2001 o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu pela sua dedicação à paz e aos direitos humanos em Angola, considerou que o congresso é uma oportunidade para lançamento de uma reconciliação “com uma bandeira e um hino mais consensual”.

“Para a partir daqui, podermos dizer que somos nós mesmos e não alinhados a um partido.

É isso que, para mim, significa este momento, que é oportuno que aconteça e que as pessoas possam sonhar uma Angola diferente para os próximos 50 anos”, afirmou.

Para o arcebispo emérito, o maior ganho do encontro “é este mesmo, sentirmo-nos nós mesmos e sentirmos que os erros que cometemos como humanos, como pessoas, também têm possibilidade de ser ultrapassados”.

“E nós, que temos fé, nós, cristãos que acreditamos em Jesus Cristo, como diz o lema do congresso “eis que faço novas todas as coisas”, queremos que este novo aconteça, e vai acontecer”, concluiu.

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