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Multiplicam-se casos de eleitores que têm as suas mesas de voto a centenas de quilómetros

Post by: 23 August, 2017

As situações de eleitores que não estão a conseguir votar porque descobriram que as suas mesas de voto estão a grandes distâncias começam a ser denunciadas às dezenas nas redes sociais.

Um dos casos contado ao Novo Jornal Online é o de uma mulher que acabou de descobrir que, afinal, "contra a indicação que tinha no momento em que foi feito o registo eleitoral", que era votar no Cazenga, em Luanda, a sua mesa de voto está na província do Zaire, no Norte do país.

Há ainda casos relatados na imprensa onde membros da mesma família descobriram que estão obrigados, se quiserem votar, a deslocarem-se a províncias, como o Uíge ou o Kuando Kubango, a largas centenas de quilómetros do seu município, na cidade de Luanda.

Isto, apesar de, segundo informações divulgadas nas últimas horas, tanto pelo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto, como da porta-voz, Júlia Ferreira, a votação estar a decorrer com total normalidade.

Júlia Ferreira disse mesmo ao Novo Jornal Online que, por volta das 10:30, já tinham votado cerca de 40 por cento dos eleitores inscritos na cidade de Luanda, a maior praça eleitoral do país, com mais de três milhões de eleitores.

O mesmo problema está a ser sentido pelos delegados de mesa das candidaturas, existindo múltiplas reclamações de impossibilidade de votar por razões semelhantes.

Sobre as queixas relativas ao local de votação dos delegados, com alguns a reclamarem que têm de votar muito longe das mesas de voto, André da Silva Neto esclareceu que só os efectivos podem votar nas mesas para onde foram destacados, situação que foi alargada aos delegados suplentes transformados em efectivos.

Silva Neto defendeu igualmente que competia aos partidos fazerem as listas com essa preocupação geográfica, acrescentando que a CNE credenciou cerca de 169 mil delegados de lista.

Estas eleições gerais contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.

Estão na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.

O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12.512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25.873 Mesas de Voto.

NJ

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