A posição foi expressa no período da leitura das declarações políticas, pelo líder do grupo parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Virgílio de Fontes Pereira.
“O grupo parlamentar do MPLA reafirma, aqui e agora, o seu incondicional apoio ao Presidente João Lourenço, e declara alto e em bom som, não haverá destituição do Presidente da República João Manuel Gonçalves Lourenço, eleito democraticamente pela maioria dos angolanos, ponto”, referiu Fontes Pereira.
Em causa está uma iniciativa apresentada em finais de julho pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, para a destituição do Presidente da República, alegando que João Lourenço "subverteu o processo democrático no país e consolidou um regime autoritário que atenta contra a paz".
Segundo o líder do grupo parlamentar do MPLA, nos últimos anos o debate político “tem-se transformado em discussão estéril, marcado por incidentes constantes entre militantes de partidos políticos”, considerando que “sem dúvidas” a UNITA “tem sido o principal responsável pelo clima de crispação política que se vive”.
“Motivado por discursos instigadores de ódio e das diferenças, sendo, no entanto, notória, na sua agenda política, a ausência de objetivos claros e de ideias assentes no pressuposto da angolanidade, capazes de congregar as angolanas e os angolanos na continuação da construção de um futuro de justiça social, progresso e bem-estar para todos”, referiu.
Virgílio de Fontes Pereira realçou que o MPLA continua focado “na consolidação da paz, no exercício quotidiano do espírito de tolerância, reconciliação e perdão de todos os angolanos, pois o MPLA considera a paz como o bem maior a preservar”.
“É tempo de nós, atores políticos – em especial os deputados à Assembleia Nacional – forcarmos a nossa ação no debate de ideias, em vez de ressuscitar fantasmas, em especial o fantasma da fraude e o fantasma de suposta falta de legitimidade das instituições”, salientou, apelando que também o fantasma da guerra “não deve ser usado como arma de arremesso”, o que “nada tem a ver com qualquer insinuação para se ignorar o passado”.
Para o grupo parlamentar do MPLA, um partido como o seu adversário, “tem opções partidárias, a destruição e a conspiração” e “não tem vocação para exercer o poder”.
“Pois neste momento faz recurso a todo o tipo de expediente, inclusive de caluniar o país no exterior, junto de instituições internacionais, numa vã tentativa de manchar a imagem de Angola, do seu Presidente e do seu executivo para prejudicar a sua projeção”, disse Fontes Pereira.
O deputado apelou aos jovens para que não caiam “às mãos daqueles que, com falsas promessas e discurso ardiloso, aproveitando-se das dificuldades” com que vivem, “os instrumentalizam para alcançarem os seus objetivos políticos, mesmo que por vias inconstitucionais”.