No seu discurso, o embaixador destacou o processo de conquista de paz que tem sido realizado com “os esforços do povo de Angola”, reunidos para a construção de uma pátria mais próspera.
Em declarações à Lusa, o diplomata realçou que a UNITA é a maior força da oposição e que vêm celebrar a data na qualidade de deputados, sublinhando que a Rússia aceita "qualquer que seja a realidade" de um determinado pais
“Se Angola pensa que esse movimento, ou esse partido da oposição pode contribuir para o desenvolvimento num quadro de reconciliação nacional, porque temos de rejeitar isso? Temos de contactar com cada força, a UNITA transformou-se muito, é uma UNITA com outra visão que se chama de oposição construtiva", declarou.
A vice-presidente da UNITA e segunda-vice-presidente da Assembleia Nacional, Arlete Chimbinda, considerou que “novos ventos sopram pelo mundo e que a convivência entre os que lutaram ontem, desavindos, afinal é possível, porque uma nova era começa".
"(Essas palavras indicam que nós estamos decididos a manter uma convivência saudável com os nosso irmãos do governo de Angola”, disse a dirigente à Lusa, sublinhando que se trata também de um apelo à solidariedade e convivência pacifica entre irmãos que pertencem à mesma pátria.
A Rússia, então União Soviética foi o principal aliado do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) durante a longa guerra civil de quase trinta anos, enquanto as forças antigovernamentais da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) eram apoiadas pela África do Sul e pelos Estados Unidos da América.
Nas comemorações fizeram-se presentes várias representações diplomáticas, não europeias, bem como membros do executivo e de dirigentes do MPLA.
Vladimir Tararov salientou que a Rússia é uma “potencia euro-asiática” que está convicta de que “cada estado e cada nação deve viver confortavelmente”, tendo a soberania e igualdade na base da existência.
“Ninguém tem direito a impor o modo como viver e quais os caminhos a escolher para o desenvolvimento”, frisou o diplomata, reconhecendo que a Rússia está a viver um período "difícil e trágico".
Sobre o Ocidente, considerou que foi desencadeada uma guerra híbrida e impostas “sanções ilegitimas” à Rússia, existindo pressões sobre “qualquer pais que diga não ao mundo bipolar” e realçou a importância das relações com o continente africano.
“Observamos de perto os acontecimentos e saudamos os esforços dos líderes africanos para resolução pacifica dos conflitos”, disse, destacando em particular o papel do presidente João Lourenço.
Afirmou também que a Rússia está convicta de que “para problemas africanos deve haver soluções africanas” e que está a voltar-se para +África, num formato completamente novo, oferecendo cooperação mutuamente vantajosa baseada nos princípios.
Angola, sublinhou, ocupa “um lugar especial” nesta amizade, lembrando “os tempos de luta em que URSS ajudou a reforçar o estado soberano”.
“A Rússia e Angola têm tudo para ser parceiros para a vida”, concluiu
O 12 de junho celebra a adoção da declaração de soberania estatal da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, ocorrida a 12 de junho de 1990, evento que marcou o início da transição para a estrutura da atual Rússia.